Quem tem entre 16 e 59 anos e boa saúde pode salvar até dez vidas em menos de dez minutos. Basta se dirigir a um dos postos da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), fazer o seu cadastro, passar por uma triagem e fazer a doação de sangue. Para facilitar a iniciativa para quem mora na capital, a Hemoba está com um espaço no G1 do Salvador Shopping, nos próximos três meses, atendendo das 12h às 19h. Este ano, os estoques de sangue e de hemocomponentes estão baixos, devido ao isolamento social imposto para evitar a disseminação da Covid-19.
A coorenadora de captação de doadores e coleta da Hemoba, Iara Matos, explica que houve uma redução de cerca de 40% no número de doadores de sangue em todos os postos da Hemoba na Bahia. “O número de doadores diminuiu muito, mas, em comparação com o ano passado, a necessidade de sangue e hemocomponentes não diminuiu. Com isso, os estoques estão em estado crítico”. Ela destaca que todos os procedimentos de alta complexidade, a exemplo da oncologia, não foram suspensos. “Então, todo tipo de transfusão, de hemocomponentes, a Fundação Hemoba continua expedindo de forma regular”.
Segundo Iara Matos, uma doação de sangue pode salvar até quatro vidas adultas, separando-se os hemocomponentes, como plasma, plaquetas, e outros. “Mas se a doação for atender a necessidade de recém-nascidos, por exemplo, pode beneficiar até dez vidas”. Ela informa que, em tempos normais, os doadores podem ter até 69 anos, mas com a pandemia, o ideal é que pessoas a partir dos 60 anos não saiam de casa. “Para doar, basta estar bem alimentado, bem de saúde e com documento de identificação. Pessoas que fazem uso contínuo de alguns medicamentos também podem doar, mas devem passar pela triagem. Quem fez tatuagem, colocou piercing ou passou por alguma cirurgia tem que aguardar um prazo de um ano”.
A coordenadora garante que não há perigo no ato da doação, nem mesmo durante a pandemia. Ela explica que o doador passa por uma triagem e que a doação mesmo não chega a durar dez minutos. “Os doadores podem comparecer tranquilamente aos postos da Hemoba, pois todos os cuidados estão sendo tomados. É necessário o uso de máscara, do alcool gel, todos os protocolos de saúde municipais e estaduais estão sendo observados, então o doador vai encontrar o distanciamento social, as unidades têm acompanhamento do número de pessoas que podem entrar, nossos colaboradores utilizam todos os equipamentos de proteção necessários, então a doação é segura”.
Doador chama doador
Quem já é doador pode estimular parentes e amigos a se tornarem doadores também. A estudante de psicologia Adriana Landeiro, 26 anos, faz parte de um grupo de jovens que regularmente promove campanhas de doação de sangue. “A gente vê as campanhas mostrando que os estoques estão baixos e se esforça para poder fazer este bem”. Uma das pessoas sensibilizadas pelo grupo é a própria mãe de Adriana, a aposentada Inês Landeiro, 56. As duas doaram sangue nesta terça-feira (18), no posto do Hemoba montado no Salvador Shopping. “Eu tinha muito medo, mas a Adriana me estimulou. Hoje eu sei que não dói, quem puder doar pode vir sem medo porque o bem a gente tem que fazer sem olhar a quem”.