Mesmo com time alternativo na Arena MRV, Galo vence por 4 a 0, garante primeiro lugar do grupo e, agora, seca adversários para ter melhor campanha geral; Hulk desencanta e vitória tem personagens improváveis
Com um time bastante modificado, o Atlético-MG encerrou sua participação na fase de grupos da Conmebol Libertadores com uma goleada por 4 a 0 sobre o Caracas. Teve gol do garoto Alisson, personagem improvável e “alma lavada” do atacante Hulk, que encerrou um jejum de nove jogos sem marcar. Com 15 pontos, o Galo avança para as oitavas de final como líder do Grupo G.
Milito preservou os jogadores que estavam pendurados (Saravia, Franco, Paulinho e Vargas). Ficaram no banco. Na escalação inicial, Pedrinho, Alisson e Cadu ganharam oportunidade e aproveitaram.
Scarpa jogou pela esquerda, Arana ficou mais recuado naquele setor. Zaracho no meio, e Alisson aberto na direita. Battaglia que vinha sendo usado como zagueiro, atuou na posição de ofício, a “volância”.
Diante de um adversário que já havia sido goleado no jogo de ida, com nível técnico abaixo do Atlético, a facilidade era esperada. O jogo ficou ainda mais “na conta” do Galo quando nos primeiros minutos da partida o goleiro Fariñez foi expulso, após o VAR recomendar, por uma falta em Cadu.
O Galo poderia ter aberto o placar neste lance, com falta batida por Hulk. Mas, parou na defesa de Benítez e na trave. Everson assistiu ao jogo sem ser exigido, e a posse de bola se transformou em gol aos 27 minutos do primeiro tempo em cruzamento perfeito de Scarpa e cabeceio de Pedrinho.
O segundo gol foi com o garoto Alisson que marcou um golaço de primeira, de novo com cruzamento de Scarpa ainda no primeiro tempo. No intervalo, Milito tirou Zaracho, amarelado, e colocou Igor Gomes.
O jogo de um time só continuou e não demorou para o Galo ampliar o marcador. Pedrinho chutou forte de fora da área e marcou o segundo dele no jogo. Faltava o de Hulk. O camisa 7 estava há noves jogos sem marcar, e o jejum o incomodava. Ele tentou de perna direita, de perna esquerda, mas a bola teimava em não entrar.
Em lance que fez fila dentro da área e finalizou para fora, explodiu. Chutou a placa de publicidade mostrando a insatisfação. Tentou de falta, parou no goleiro Benítez. O gol ficou para o minuto final da partida. O atacante recebeu na entrada da área, limpou e chutou no cantinho. Tirou a camisa para extravasar. Se benzeu e afastou a “zika”.
Para ilustrar o domínio alvinegro, trago números. Foram 72% de posse de bola, 30 finalizações do Galo, contra três do Caracas, com 670 passes trocados pelo time de MIlito, e 169 da equipe venezuelana.
Líder do Grupo G, com 15 pontos, o time de Milito já estava classificado para as oitavas de final. Agora, seca os adversários (Talleres, Palmeiras e River Plate) para ficar com o primeiro lugar geral da fase e ter a vantagem no mata-mata.
Foto: Pedro Souza / Atlético