Alunos das Escolas Municipais Xavier Marques (Fazenda Grande do Retiro) e Comunitária do Bom Juá (bairro homônimo) realizaram na terça-feira (3) diversas apresentações artísticas e culturais no palco do Teatro Boca de Brasa do Subúrbio 360, em Coutos. As atividades fizeram parte da 3ª edição do Festival de Dança Corpo que Fala, Cria, Dança, dirigido pela professora de Artes e Dança, Elaine Fiuza, que também é docente nas duas escolas participantes. Este ano, o evento teve como tema a Bahia e suas manifestações artístico-culturais e contou com exibições de capoeira, samba, pagode e swing baiano.
Segundo a gestora da Escola Municipal Xavier Marques, Viviane França, o evento alia arte, educação e os temas atuais presentes na comunidade. “Sabemos que cada vez mais as comunidades estão passando por desafios e nós pegamos temas como a violência, a questão do pertencimento e da aprendizagem e trazemos para dentro da escola através da arte. Proporcionamos ao aluno um trabalho que reforça a identidade e o sentimento de pertencimento da comunidade e da escola, além de trabalhar com eles todos os aparatos da arte dentro do currículo de uma maneira transversal”, conta.
Ao todo, 400 alunos participaram do evento, 360 do Ensino Fundamental I e 40 da Educação de Jovens e Adultos. Estes últimos atuaram na confecção de figurinos para as apresentações. Uma das alunas que realizaram a apresentação de dança foi Alana Bahia, de 11 anos, que atualmente cursa o 5º ano na Escola Municipal Xavier Marques. “Eu acho um evento muito importante, pois estamos no último ano e não sabemos como será nos próximos anos. Esta é a terceira edição e eu não faltei nenhuma, estou aqui desde a primeira e estou sentindo uma emoção ótima. É muito legal apresentar o nosso trabalho para tanta gente, dá um pouco de frio na barriga, mas é muito legal”, contou.
Kauan Gustavo da Paixão, 10 anos, também é aluno do 5º ano da Escola Municipal Xavier Marques. Ele é pessoa com transtorno do espectro autista. O transtorno, no entanto, não foi empecilho para que ele fizesse uma bela apresentação de dança americana e samba, sendo aplaudido pelos colegas. “Aqui hoje está sendo importante para desenvolver um futuro melhor para mim. No futuro, eu já não vou ter vergonha de me apresentar em público. É algo que fazemos uma vez na vida, então é muito importante”, opinou.
Mãe de Liedson da Silva, aluno do 2º ano, a manicure Flávia Maria da Silva, 42, ficou impressionada com o evento. “Acho que é um projeto muito bonito e interessante, que pode proporcionar muitas coisas boas ao meu filho, principalmente por meio da capoeira, influenciando os jovens a ter um esporte e o gosto pela arte. É a primeira vez que eu venho e estou muito admirada. Meu filho nunca tinha jogado capoeira, mas quando ele viu outras crianças praticando na escola, ele se interessou também e hoje está aqui se apresentando”, afirmou.
Edições – O “Festival de Dança Corpo que Fala, Cria, Dança” visa promover a manifestação artístico-cultural para ampliar os saberes, contribuindo para refletir sobre diversos significados, relações, valores pessoais, culturais, políticos e sociais, literalmente incorporados às danças, bem como o incentivo à prática da dança como expressão artística que contribua para o desenvolvendo de potencialidades socioemocionais, comunicativas e expressivas dos educandos.
Esta é a terceira edição do evento. A primeira foi realizada em junho de 2022, retratando a cultura nordestina, a segunda, em dezembro do mesmo ano, retratando a evolução da dança da década de 50 à de 90. O festival proporciona ao estudante grandes mudanças internas e externas no que se refere ao seu comportamento na forma de se expressar e pensar, contribuindo para o fortalecimento da autoestima dos alunos.
Foto: Lucas Moura / Secom PMS