A capital baiana tem intensificado os esforços para se tornar uma cidade inteligente e uma das principais ações neste sentido é a telegestão da iluminação pública. Através de um sistema de interface simples, o controle da iluminação por meio de dispositivos como tablets e smartphones já é uma realidade em Salvador. Com isso, além de rapidez no atendimento das demandas, a tecnologia também permite economia aos cofres do Município.
Os profissionais da Diretoria de Iluminação e Serviços Públicos (Dsip), da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), responsáveis pelo parque luminoso da cidade, fazem o monitoramento em tempo real, permitindo, por exemplo, efetuar análises precisas e dinâmicas, para encontrar equipamentos que apresentaram defeitos, aumentar ou reduzir a potência das luminárias acesas, entre outras ações.
Através da telegestão, é possível controlar 1.046 luminárias conectadas ao sistema. As vias públicas onde a tecnologia já foi implantada são as avenidas Mãe Stella de Oxóssi, Luís Eduardo Magalhães e Otávio Mangabeira (do Quartel de Amaralina até as baianas), entorno da Igreja do Bonfim e Túnel Américo Simas.
Para o gerente de projetos da Dsip, Igor Moreira, os benefícios são múltiplos. Fazer as análises no celular reduz, por exemplo, o tempo de atuação das equipes de manutenção. Em vez de ir a campo para identificar o problema, os profissionais conseguem fazer a análise no ambiente interno, com auxílio da telegestão. Assim, ao chegar no local, para executar o serviço, as equipes vão diretamente ao item que precisa de substituição ou reparo.
“Estamos avançando e com o sistema implantado, além da redução de gastos para os cofres públicos, temos uma melhor eficiência da iluminação na via”, reforçou.
Economia – Moreira explicou que, através da telegestão, é possível criar perfis específicos para cada via e dimerizar, ou seja, alterar a potência da luminária, levando a uma maior redução do consumo de energia, sem prejuízos para a visibilidade do cidadão. Os perfis são criados considerando a incidência do sol, de acordo com as estações do ano e a ocupação da via, por veículos e pessoas.
Por exemplo, no verão, quando o pôr do sol ocorre mais tarde, as luminárias também são ligadas mais tarde. Além de gerar uma redução no consumo, essa ação também impacta na durabilidade dos equipamentos usados.
“Todo esse conjunto de retornos é bem interessante para a cidade. A iluminação não está ligada à segurança pública, mas acaba ajudando. Onde está melhor iluminado as pessoas se sentem mais seguras”, completou o gerente da Dsip.
Nas avenidas Luís Eduardo e Mãe Stella, por exemplo, a dimerização gera em torno de 25% de redução no consumo de energia, além da economia que já é gerada pelos equipamentos em LED. Essa redução permite que outros avanços sejam implantados, a exemplo da modernização da iluminação da cidade, de forma a qualificar ainda mais o serviço ofertado ao cidadão.
A expectativa da Dsip é que todas as vias caracterizadas como corredores de luz, que são locais de grande movimentação, e postes de fiação exclusiva com fiação subterrânea, possam ter, futuramente, a telegestão. Há estudos em andamento para diversas avenidas como a Ogunjá e Anita Garibaldi, mas ainda será definida qual a próxima via onde o sistema será implantado.
Cidade inteligente – Estas luminárias inteligentes e monitoradas de modo remoto permitem que outros sistemas sejam conectados a elas. Algumas das possibilidades que podem ser exploradas, futuramente, através desses dispositivos, são o monitoramento do nível de CO2 no ambiente e o índice pluviométrico. Estes recursos vão permitir que a administração municipal obtenha informações precisas de pontos específicos, para tomar decisões mais assertivas no gerenciamento da cidade.
Foto: Otávio Santos/Secom