Uma roda de capoeira e uma aula de dança com dois grupos de capoeira serão realizadas neste sábado (28), a partir das 14h, no Museu de Arte Moderna (MAM-Bahia). O evento é gratuito e faz parte de pesquisa de Mestrado do Programa de Pós-Graduação Profissional em Dança (PRODAN) da Escola de Dança, em parceria com o MAM via termo de cooperação com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os dois grupos participantes são o Arte Negra e o Gingando Sempre. A orientação do projeto de mestrado é do professor doutor Fernando Ferraz.
Em setembro o mesmo projeto deve fazer um ‘batizado’ no MAM. ‘Batizado’ é quando novos capoeiristas participam pela primeira vez da roda de capoeira, monitorado por um mestre que passa a ser padrinho. Isso dará continuidade e ampliará o projeto, além de socializar sua prática e resultados com o público do MAM, espaço de cultura, arte e memória.
“O Projeto tem o nome de ‘Mandinga no Pé’, e é um estudo de Processos Artístico-Pedagógicos para o capoeirista dançar e dançarino jogar capoeira”, diz a autora e mestranda do PRODAN/UFBA, Rose Bárbara da Silva. Ela explica que o projeto possibilita um método estético-criativo para facilitar capoeiristas e artistas que não dançam, mas que nos seus eventos precisam ir para a cena dançar.
CIDADE BAIXA e ARTE VIVA – “Toda roda de capoeira na Bahia inclui momentos de danças, como maculelê e sambas de roda. Já no Rio de Janeiro a capoeira lá tem o Jongo. Cada grupo de capoeira insere no seu modo de fazer, danças do seu local de convívio”, completa Rose Bárbara. Ela conta que trabalha com dois grupos da Cidade Baixa e que lá utilizam danças ligadas ao mar que circunda os bairros.
Para ela o projeto dialoga com as exposições do MAM e com o público frequentador. A exposição em cartaz, ‘Encruzilhada’ trabalha com a temática da afrodescendência, mesmo segmento da capoeira. “Nos apresentaremos com uma ‘arte viva’ nos nossos corpos, com a roda de capoeira e a aula de dança”, finaliza Rose Bárbara.
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL – Segundo a coordenadora do PRODAN, Beth Rangel, é fundamental que pesquisadores e seus projetos estejam em diálogo com contextos culturais que são também campos de formação e pesquisa, como o MAM, trazendo reflexões e contribuições para a sociedade. “Um dos objetivos do PRODAN/Escola de Dança é propiciar capacitação stricto sensu na prática profissional, observando demandas reais e perspectivas inovadoras artísticas e pedagógicas, visando impacto efetivo no desenvolvimento pessoal e na transformação social”, conclui Beth Rangel.
O projeto de Rose Bárbara finaliza em dezembro (2022). No último sábado (21) o grupo visitou os ambientes do Museu e as exposições. “Alguns nunca tinham vindo ao MAM e temos também uma francesa no grupo que possibilita mais diálogos”, acrescenta. Mélissa Vivier pertence ao Association San Cipriano de Capoeira, da cidade de Angers, próxima ao famoso Rio Loire, entre as cidades de Le Mans, Nantes e Tours, no Centro-Oeste da França. O grupo de capoeira na França tem as lideranças dos mestres Aranha e Carlos.
O MAM continua com a mostra ‘Subúrbio: uma exposição em Três Atos’ na Galeria 3/MAM, de terça-feira a domingo, das 13h às 18h, mesmos dias/horários da exposição ‘Encruzilhada’ (Casarão e Capela), da Livraria Caramurê, e dos Espaços Solar e Lina. O Cine MAM e seu Café estão abertos todos os dias, das 13h às 20h. Acesse: www.mam.ba.gov.br, redes sociais ou telefone (71) 3117-6132 e 3117-6139. O MAM é um equipamento da Secretaria de Cultura/IPAC.