A insanidade das guerras desperta instintos reprimidos, como fetiches e o desejo de combater seja lá o que (ou quem) for. Há poucos dias, um homem vestido com roupas militares assaltou turistas que visitavam o Museu da Amazônia, em Manaus. Capturá-lo é urgente, mais que pelo crime em si, pelo abuso e desfaçatez de simular ser militar, disseminando más notícias sobre o Brasil.
Voluntários brasileiros que seguiram à Europa na intenção de combater em favor da Ucrânia, ansiosos por notoriedade, postaram nas redes sociais selfies que permitiam facilmente detectar sua localização. Com isso, foram ingenuamente usados pela atenta espionagem russa para identificar áreas de concentração de mercenários. Aos primeiros disparos russos, os “bravos” voluntários partiram logo para se proteger na Polônia.
Não se requer muitos argumentos para demonstrar que não perceber o óbvio é uma falha de raciocínio que pode causar vergonha ou prejuízo. Quem percebeu o óbvio foi a pesquisadora Ane Alencar, que depois de 26 anos estudando as queimadas e
suas consequências obteve reconhecimento pela dedicação. Seu conceito de “cicatrizes de fogo” lhe valeu ser agraciada pelo prêmio da Fundação Radiant Earth, que chama a atenção para o conjunto do que ela estudou. Parecia um assunto óbvio, mas há muito mais além dele. Uma ação forte como incendiar pode matar ou deixar cicatrizes, como são as guerras em geral.