Se o Brasil tivesse aproveitado a estrutura de vacinação construída no país desde 1837, contra a varíola, é provável que hoje estivesse na capa das revistas internacionais como a nação que matou a Covid no nascedouro. Da mesma forma, se tivesse aproveitado a visibilidade obtida com a Eco-92, estaria hoje na posição de liderança na defesa do clima, criando oportunidades aos povos da floresta, enriquecendo o Brasil e não na atual situação de Judas malhado, apanhando de todos os lados por não proteger a Amazônia e piorar o clima no planeta.
Ainda há grandes chances para o país avançar na luta contra a Covid, aproveitando a imensa capilaridade do SUS. Aliás, o INSS decidiu que fará a prova de vida dos aposentados na casa de quem não for achado em cruzamento de dados. A vacina também pode alcançar nos lares quem não se vacinou, desde que aceitem a imunização sem soltar os cães nos vacinadores.
Mais chances ainda há para o país liderar o esforço mundial em favor do clima propício à boa saúde e à farta produção de alimentos. “O Brasil pode se tornar a primeira sociedade florestal desenvolvida, uma potência verde global”, segundo a economista Julia Marisa Sekula, “e liderar a luta contra a maior ameaça já enfrentada pela humanidade: a emergência climática”. Há tempo, aliás, para tudo que o Brasil quiser ser. Inclusive potência. Depende só de se unir e remendar os furos.