É uma grande ilusão acreditar que qualquer presidente eleito em 2022 vá mandar no País de fato, seja Lula, Bolsonaro, Sérgio Moro ou qualquer outro. A aliança que envolve o PP, o PL e outras siglas de direita e centro-direita tem governado o País há muito tempo. Passaram por Sarney, Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer dando as cartas ao sabor das suas conveniências e rapinando os recursos públicos. Nada vai mudar neste país se os partidos do chamado Centrão continuarem assegurando maioria no Congresso Nacional. Presidente no Brasil tem sido aquela figura decorativa como a rainha da Inglaterra.
Pouco importa
Para os comandantes do famigerado “Centrão” pouco importa quem vai se eleger presidente, pois tendo força no Congresso vão continuar mandando. Mas quando o presidente de plantão está desgastado, como ocorreu com Dilma (e Bolsonaro em queda livre que se cuide), eles se livram do mandatário incomodo para que as gestões do Planalto não prejudiquem seus projetos de reeleição. Mesmo embolsando muitos recursos com o fundão eleitoral e as emendas secretas, o segmento segue com apetite de leão. Para mudar tudo isto só com uma ruptura, renovação geral nas casas legislativas.
Bancada federal
Constato que a grande preocupação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), favorito para o pleito de outubro, é conseguir a governabilidade e ficar livre das amarras do agrupamento de partidos que manda e desmanda no presidente Bolsonaro e nos destinos do País. Para tanto, com a criação de uma federação de agremiações, Lula e aliados projetam eleger uma grande bancada de deputados e senadores no Congresso Nacional. Além da governabilidade, a nova bancada vai garantir uma fatia significativa dos recursos do Fundão Eleitoral.
Novos estados
O Congresso Nacional começa a entabular estudos sobre a criação de novos estados no País. O processo mais adiantado e que corre desde 2012 é o Estado do Tapajós, tendo como capital a bela Santarém, dividindo o Estado do Pará pela metade. Lembro que ao final dos anos 80 também ocorreu uma iniciativa emancipacionista em Rondônia com proposta do então deputado federal Reditario Cassol criando o Estado do Aripuanã, que contaria com oito municípios de Rondônia e sete do estado do Mato Grosso. Cacoal para cima até Vilhena do território rondoniense passaria a nova unidade da federação, mas a proposta, como se sabe, não vingou.
É coisa de louco!
Além dos 33 partidos registrados legalmente na justiça eleitoral mais 80 processos estão em andamento sendo analisados pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral. Fundar partidos nas últimas décadas foi um bom negócio para a rapinagem dos recursos públicos, pois todos tinham acesso aos fundos eleitorais e nesta campanha mais de R$ 5 bilhões serão rateados aos partidos políticos. O recém-criado União Brasil, que ficou com a maior bancada de deputados federais no Congresso Nacional terá acesso a cerca de R$ 1 bilhão e com esta dinheirama toda está sendo disputado por vários presidenciáveis de plantão.
Partidos debruçados na janela
A menos de 15 dias da abertura da chamada “janela partidária”, presidentes e líderes de legendas no Congresso intensificam convites e assédios para engordar suas respectivas bancadas. O período para que deputados federais, estaduais e distritais mudem de partido sem risco de perder o mandato terá início no dia 3 de março e se estenderá até 1º de abril. Atualmente com 43 deputados, o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, projeta receber mais 30 parlamentares.
Ranking
Se as previsões do partido se concretizarem, o PL será a maior bancada da Câmara a sete meses das eleições. O PSL e o PT, atualmente, têm o maior número de deputados: 55 e 53, respectivamente.
Corpo a corpo
No PP, a articulação para atrair deputados é feita pessoalmente pelo dono do partido, ministro Ciro Nogueira. Hoje com 42 deputados, o PP espera integrar mais 10 à bancada.
Trio
O PDT iniciou por Itacaré, no último sábado(12), uma série de encontros municipais para traçar estratégias visando as eleições de 2022, discutir a construção de um projeto de desenvolvimento para a Bahia e formar novas lideranças locais. O evento, realizado no Centro Cultural do histórico bairro do Porto de Trás, contou com a presença do presidente estadual do PDT, Félix Mendonça Júnior, e do deputado estadual Alan Sanches, que é do União Brasil.
Reveses de Kassab
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, coleciona reveses na tentativa de emplacar um nome competitivo para a disputa pela Presidência da República. O ex-prefeito já lançou dois balões de ensaio que não saíram do chão: o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (MG), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Ambos estão mais focados em seus projetos de reeleição – Pacheco no Senado e Leite no governo gaúcho – do que nas costuras eleitorais titubeantes de Kassab.
Tabuleiro
Com Pacheco e Leite fora do tabuleiro presidencial, Kassab agora arrisca uma nova peça: o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (sem partido).
Alijado
Alijado do grupo político que coordena a pré-campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, o Republicanos descarta, por ora, deixar a base do governo. Mas discute – como retaliação – liberar o voto nas eleições presidenciais.
Cabo de guerra (ACM Neto)
No cabo de guerra que Jaques Wagner, pelo PT, e ACM Neto, do DEM, travam para garantir apoio às suas respectivas campanhas ao governo baiano, o MDB virou um dos principais alvos dos dois políticos, principalmente por causa do tempo de TV de que dispõe e que será bastante importante para a propaganda de ambos. Por enquanto, não há quem possa prever para onde os emedebistas vão.
Estratégica
A semana também deve ser crucial para o ministro da Cidadania, João Roma (Cidadania), que precisará tomar decisões estratégicas importantes envolvendo sua decisão de concorrer ao governo. Assessores acham que, com a dificuldade de sair candidato ao governo por seu partido, o Republicanos, ele deveria apostar na permanência no Ministério até o fim e apoiar a mulher, Roberta, à Câmara de Deputados.
Dia do Fico
Até o senador Jaques Wagner (PT) ter usado suas redes sociais ontem à noite (15) para desfazer as especulações de que manteria sua candidatura ao governo do Estado, a especulação sobre sua desistência em favor do nome do senador Otto Alencar (PSD) correu solta, turbinada pela informação a respeito de uma reunião entre os dois e mais o governador Rui Costa (PT), convocada pelo ex-presidente Lula com a participação do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. A possibilidade levou o PT a um estado de choque, só rompido por várias reuniões convocadas às pressas para avaliar o cenário que o partido e seus políticos enfrentariam com a virtual desistência de Wagner de concorrer.
Animação
Enquanto petistas se exasperavam ante a possibilidade de Wagner desistir de concorrer ao governo, membros do PP e do PSD se animavam na outra ponta, os primeiros porque a decisão implicaria na renúncia de Rui Costa para concorrer ao Senado, o que permitiria a ascensão do vice-governador João Leão, e os segundos porque Otto assumiria o lugar do senador petista na disputa, alavancando suas candidaturas.
Golpe
Numa das reuniões em que avaliaram ontem a possibilidade de desistência de Wagner, a bancada do PT na Assembleia se manifestou, de forma unânime, contra a medida. Um deputado chegou a se levantar para dizer que a medida, se fosse adotada, não passaria de um golpe violento no senador por meio de quem o PT chegou e se manteve no poder na Bahia por 16 anos.
Reação
Fora do PP e do PSD, praticamente todos os membros de partidos aliados ficaram também em polvorosa com a notícia de que o senador do PT poderia desistir de concorrer à sucessão de Rui Costa (PT). Com a reação, foi possível perceber que o nome de Otto Alencar, que substituiria o de Wagner na corrida sucessória pelo lado do governo, está longe de ser unanimidade.
Tomaram doril
Um deputado oposicionista ficou impressionado com o mais completo desaparecimento da bancada baiana do PT ontem(15) no Congresso no período em que se soube que Wagner, Otto e Rui estavam reunidos em São Paulo com o ex-presidente Lula para tratar da sucessão baiana, com a grande possibilidade de o senador petista fosse convidado a se retirar da disputa.