O comprovante de vacinação é uma forma de garantir que somente pessoas vacinadas estejam em um local. Obrigatoriedade é defendida por especialistas da área da saúde
Exigir o passaporte da vacina durante uma pandemia que já vitimou mais de 616 mil brasileiros é no mínimo prudente e cauteloso. Não faz sentido colocar em discussão e gerar amplo debate em cima de um assunto de saúde pública, que não cabe a leigo partidário opinar sem conhecer. Estamos na quarta onda e, desta vez, está claro que a vacina é a única forma de imunizar a população. Em todos os estados, os dados comprovam que a maioria dos internados e mortos é de não vacinados.
O caso já desperta alerta até pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, que afirmou ao UOL que os sentimentos de “intranquilidade” e “preocupação” gerados pelo contexto da pandemia da Covid-19 — em especial pelo avanço da variante Ômicron— causam danos no organismo das pessoas e afetam o potencial de imunidade da população.
O presidente Jair Bolsonaro, que perdeu todas as teses defendidas durante a pandemia, ainda insiste em ser o porta-voz de um grupo que se joga ao perigo e coloca uma multidão no mesmo risco. Negar os perigos do coronavirus é medíocre diante de tudo que já ocorreu nesses dois anos de pandemia.
Contrariando o pensamento presidencial e em defesa da vida, as autoridades nacionais anunciaram a exigência de isolamento de cinco dias para viajantes que não se vacinaram, além de um teste de Covid-19 (do tipo RT-PCR, padrão ouro) realizado até 72 horas antes do embarque. As exigências são prudentes e devem ser defendidas e aplicadas para evitar que tenhamos nova onda de contaminação nacional com superlotações de hospitais, mortes e prejuízos econômicos com novos confinamentos.