Tudo é possível e pode acontecer na política
Como a necessidade faz o sapo pular, Alckmin se aproxima de Lula e o demonizado Temer já elogia Lula, como um homem de diálogo. Como se vê, na política tudo é possível e as alianças mais difíceis podem acontecer em busca de uma eventual vitória nas urnas em 2022.
Janela partidária
Criada para favorecer os deputados estaduais e federais mudar de partidos sem punição, a janela partidária vai permitir a seis meses antes da eleição que os políticos promovam as acomodações para o pleito de 2022. Já estão previstas muitas mudanças nas assembleias legislativas e Câmara dos Deputados. No Congresso Nacional está projetado muito troca-troca de representantes nos 23 partidos com assento naquela casa de leis por conta do ingresso do presidente da República Jair Bolsonaro no PL. Na Bahia não será diferente o panorama.
Acomodações
Durante a semana conversei com alguns parlamentares planejando mudar de siglas no ano que vem. Falam que existe a necessidade de acomodações para a eleição 2022. Existem siglas mais favoráveis para se pleitear a reeleição, outras em dificuldades de montar nominatas de candidatos a assembleia legislativa e a Câmara dos Deputados. Também existe a identidade política e ideológica – muitas vezes religiosa também – para escolher uma nova legenda. O segmento evangélico influencia muito as candidaturas já que se trata de uma corrente muito forte no estado da Bahia.
Não se mistura
Presidente em todas as reuniões do presidente Jair Bolsonaro no terceiro andar do Palácio, o general Heleno, do GSI, evita entrar na sala quando chega Valdemar do PL.
Avaliação
O ex-governador Paulo Souto (DEM) não acredita que a campanha do ex-presidente Lula à Presidência da República será o suficiente para alavancar a candidatura do petista Jaques Wagner ao governo da Bahia. Na visão do ex-secretário da Fazenda de ACM Neto (DEM), quem defende a tese de que o casamento das campanhas beneficiará imensamente o petista desconsidera o desejo do eleitorado baiano, que, em sua avaliação, a partir das pesquisas que se divulgam no Estado, demonstra um forte sentimento de mudança. Souto não descarta, como muitos apoiadores de ACM Neto, ser possível identificar setores da população que se dispõe a votar em Neto aqui e em Lula em Brasília.
Quem apoiar
O MDB não mente quando promete conversar com todos os pré-candidatos ao governo da Bahia para tomar uma posição e decidir a quem vai apoiar em 2022, embora todo mundo saiba que a agremiação, que está no governo Bruno Reis (DEM), prefere marchar com o candidato do PT, o senador Jaques Wagner. O que é motivo de especulação é o momento em que a decisão vai ser tomada.
Candidato
A propósito da decisão que o MDB vier a tomar, um agente importante para a definição será o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Jr. Determinado a apoiar a candidatura de ACM Neto (DEM) ao governo, ele já anunciou que promete lutar para que o partido permaneça na base do prefeito Bruno Reis (DEM) a fim de contribuir com o candidato democrata.
Candidato
No PT, ninguém tem mais dúvida de que o governador Rui Costa (PT) deve sair candidato ao Senado na chapa do correligionário Jaques Wagner. Primeiro, porque é desejo do ex-presidente Lula fazer uma bancada grande de senadores do PT na próxima legislatura. Segundo, porque muito bem colocado nas pesquisas, ele só tem a ajudar na campanha do ex-governador.
Impacto
A festa de lançamento da pré-candidatura de ACM Neto ao governo, na semana passada, continua repercutindo no Estado, onde correligionários dizem que o democrata deu uma demonstração de força, conseguindo reunir não apenas políticos e lideranças da capital e do interior, mas muitos populares, que marcharam para o Centro de Convenções para vê-lo e ouvi-lo.
Gesto
Aliados do ministro da Cidadania, João Roma, têm defendido que ele também faça um gesto no sentido de demonstrar que, de fato, pretende concorrer ao governo do Estado, a exemplo do que fez, na semana passada, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que reuniu apoiadores no Centro de Convenções para uma grande festa em torno de seu projeto de concorrer.
Estratégia
Políticos que viram o presidente estadual do PL, José Carlos Araújo, no evento de ACM Neto, na semana passada, garantem que ele circulou com uma descrição típica de alguém que não quer confusão com a direção nacional da legenda, na qual o presidente Jair Bolsonaro se filiou. Há dúvidas sobre se, com o gesto, Aleluia conseguirá se manter no comando da sigla na Bahia.
Congresso chuta a pauta
Os deputados já chutaram o balde de 2021 e disfarçam uma presença em Brasília a partir de hoje, mas focam suas atividades nas bases eleitorais em ritmo de férias – e com foco nas pré-campanhas para ano que vem. A turma ficou aliviada com um Ato da Mesa (218/21) que adiou para 2022 a obrigatoriedade de “votação presencial no mérito das proposições”. Isso quer dizer que as excelências não precisam mais vir a Brasília. Os parlamentares podem continuar a marcar presença e votações remotamente. Já tem gente comprando passagens para praias do México e da Flórida, nos Estados Unidos.
Pacote
Com a popularidade mês a mês em queda, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai recorrer à estratégia de seus antecessores para tentar chegar a 2022, quando pretende disputar a reeleição, com maiores índices de aprovação de seu governo. Escalou quatro ministros – Ciro Nogueira (Casa Civil); João Roma (Cidadania); Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) -, para mapearem os recursos de programas sociais que estão represados e ações de ministérios que podem ser ampliadas. Recentes sondagens apontam que a aprovação de Bolsonaro está no nível mais baixo desde quando assumiu a Presidência.
Presidência
Presidente do PSL, Antonio Bivar ficou tão impressionado com a multidão e o nível da organização da festa de lançamento da pré-candidatura de ACM Neto (DEM) que resolveu lançar seu nome à Presidência da República em 2026. Foi aconselhado por um assessor a não avançar tanto no tempo e focar no momento presente ou, no máximo, no ano que vem, quando a eleição estadual acontece.