Realizado há mais de uma década, o projeto “Reis e Rainhas Azeviche” é uma das atividades da Escola Municipal Cônsul Schindler, situada no bairro de São Caetano, relacionada à conscientização e luta contra o racismo. Na quarta-feira (17), no âmbito das ações do Mês da Consciência Negra, a unidade realizou com os estudantes do 3º ano a atividade Rainhas Negras Existem, que envolveu contação de história, fantasia, pesquisa e dança. O objetivo é fazer com que cada criança se reconheça dentro da cultura da qual faz parte e entenda a importância de conhecer e falar sobre ela.
Idealizadora do projeto, a professora Cláudia Mattos falou da importância da atividade. “Durante todo o ano, a escola aborda assuntos sobre a cultura afro-brasileira, através dos livros e aulas. São historinhas que retratam os nossos cabelos, os nossos traços e a nossa identidade. Estamos trabalhando com o livro “A Rainha Azeviche” da autora Gisele Gama. Ela visitou a nossa escola, interessou-se pelo nosso projeto e escreveu o livro contando a nossa história”, afirmou.
De acordo com Cláudia, que também é dançarina do bloco Afro Muzenza, a semana quando se celebra o Dia da Consciência Negra é de comemoração, mas também de reflexão. “Estamos aqui para contribuir e fazer com que a história não morra. Os nossos estudantes precisam se olhar, observar-se. A gente sabe que tem princesas e rainhas brancas nos contos de fadas. Então, as nossas crianças negras não se veem nessas princesas. Fizemos esse projeto justamente para que eles pudessem se identificar”, frisou.
Conforme a coordenadora pedagógica da escola, Luciene Souza, toda atividade que é realizada tem o intuito de fazer com que a criança se sinta valorizada. “Com nosso trabalho, fomos resgatando e trazendo para os nossos alunos que eles podem ser o que eles quiserem, independente da cor da pele. Por força da pandemia, precisamos fazer algo menor esse ano, mas trabalhamos dentro da sala de aula sobre as literaturas, sobre a África, o que herdamos e tudo o que envolve a cultura”, disse.
A estudante Luna Vitória, 9 anos, adorou participar da atividade e se enxergou como uma verdadeira majestade. “Estou me sentindo a própria rainha, como a professora Cláudia, porque ela já é uma rainha. A nossa professora também é dançarina e ela sempre explica a importância da nossa cultura. Durante um tempo eu não gostava da minha cor, mas depois, com as explicações da nossa professora, comecei a gostar e me sinto muito bonita”.
Foto: André Carvalho/Smed