Uma corrida
Deputados estaduais do segmento evangélico e seus predadores estão iniciando uma corrida pelo apoio de pastores evangélicos. Como se sabe, o setor é forte na Bahia, um dos cinco estados com maior população de origem evangélica no País. A estratégia dos políticos é contratar pastores populares de igrejas expressivas em seus gabinetes.
Terceira via
Como o União Brasil virou um forte reduto bolsonarista, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM) está deixando a sigla que juntou no mesmo balaio com o PSL, para ingressar no PSD, do raposão Gilberto Kassab, já visando uma candidatura presidencial. No União Brasil não teria segurança para se tornar uma terceira via na briga pela presidência da República, cujo pleito tem sido polarizado pelo atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Pacheco já está costurando uma frente suprapartidária de direita para desembarcar no ano que vem no Palácio do Planalto.
Fazendo as contas
Para as eleições presidenciais do ano que vem os marqueteiros já estão fazendo suas contas. Nas do presidente Jair Messias Bolsonaro (ainda sem partido), chegando ao segundo turno (ninguém acredita em alguma vitória direta em turno único com tantos candidatos) ele seria beneficiado com o forte sentimento antipetista. Aposta na elevada rejeição de Lula para ser ungido no turno final. Do lado do ex-presidente Lula, a matemática é quase a mesma: desembarcando no segundo turno, acredita que vai levar a melhor por conta da alta taxa de rejeição do atual presidente, captando para si em todo país as graças do antibolsonarismo.
A conta de Ciro
A política, como se sabe, não é uma ciência exata, mas os marqueteiros conseguem através delas identificar as possibilidades do seu candidato. Caso do marketing do presidenciável Ciro Gomes (PDT). A conta dos pedetistas é chegar ao segundo turno, como uma terceira via deixando Lula ou Bolsonaro para trás. Para se conquistar esta condição, se identificou pelas sondagens, que Ciro pode crescer trazendo para si boa parte do sentimento antipetista, que desde 2018 tem sido uma exclusividade de Bolsonaro. Com isto ganharia a peleja pela terceira via alcançando o segundo turno. Bolsonaristas e petistas que querem se enfrentar no segundo turno detestam a possibilidade de uma terceira via, pois um deles – Bolsonaro ou Lula – pode ficar de fora da festa.
Uma novidade
Já, o PSDB, que realiza prévias para apontar seu presidenciável, pode chegar em 2022 com uma baita surpresa para o eleitorado. O lançamento de um candidato assumidamente gay, que é o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, que espantosamente depois que assumiu a sua condição só cresceu nas pesquisas eleitorais. Um segmento que tem votado através dos anos majoritariamente com os petistas e que no pleito do ano que vem, pelas primeiras amostras de enquetes, está virando a casaca para Eduardo Leite. Seria mais uma facada no petismo. Lembrando que tanto Ciro como Eduardo Leite preferem claramente enfrentar Bolsonaro do que Lula no segundo turno.
Foi palanque
Finda a CPI da Pandemia, exibida em rede nacional pela TV Senado e grandes emissoras de TV a cabo, alguns senadores que falaram grosso começam a capitalizar seus feitos nos redutos com vistas às eleições. O relator Renan Calheiros (MDB) – que tem mandato até 2027 – quer usar os holofotes para fazer o filho, governador de Alagoas, também senador na única vaga disputada do ano que vem; Rogério Cardoso será o nome do PT no Sergipe, já combinou com o partido. E Omar Aziz (PSD), o presidente da Comissão, almeja retornar ao comando do Governo do Amazonas.
Brasiillll
Os mil dias do crime ambiental de Brumadinho que resultou em 270 mortos, sem ninguém responsabilizado ou punido até hoje, é uma pequena amostra da lama que envolve a Vale, na qual o Judiciário patina e o Brasil afunda devagar.
Cadê você?..
Senadores da CPI da Pandemia tentam agendar reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), para apresentar o relatório final que imputa ao presidente Bolsonaro crimes de responsabilidade previstos na Lei do Impeachment. Mas Lira, aliado do Palácio, finge que não leu o pedido assinado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI.
Linha direta
Como se sabe, cabe ao presidente da Câmara avaliar se o pedido cumpre os requisitos mínimos de autoria e materialidade para dar andamento a um processo de impeachment. Se de fato conseguirem a reunião com Lira, que já criticou (e muito) a CPI, os senadores entregarão apenas mais um que se somará aos 139 pedidos de impeachment.
Só na dele
Escanteado do Governo e descartado para a vice da chapa do presidente Jair Bolsonaro na corrida à reeleição em 2022, o vice-presidente Hamilton Mourão retoma, nos bastidores, as conversas com legendas para pavimentar sua candidatura ao Senado no ano que vem. O PRTB do Rio sonha com sua candidatura ao Governo e faz pesquisas.
A seu tempo
Mourão não descarta migrar para outra legenda – PL e Republicanos, com quem conversou dias atrás, são opções – para outro projeto: concorrer pelo Rio Grande do Sul ao Senado Federal. Os políticos que passam pelo gabinete de Mourão para convidá-lo à filiação notam o permanente semblante de chateação do general com o presidente.
Chance
O deputado federal Jonga Bacelar (PL) disse que são de 80% as chances de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ingressar na legenda. Ele lembrou que o partido tem dois candidatos fortes ao governo – no Rio de Janeiro, com o atual governador Cláudio Castro, e em Santa Catarina, com o senador Jorginho Melo -, não oferece vetos em nenhum Estado ao mandatário e ainda pode melhorar sua capilaridade no Nordeste com sua filiação. “O partido está de portas abertas para o presidente”, afirma Jonga.
A caminho
O secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), avaliou que, da mesma forma como as gestões do ex-governador e senador Jaques Wagner foram importantes para a eleição de Rui Costa em 2014 e em 2018, no pleito do ano que vem será a vez de Rui pavimentar o retorno de Wagner ao Palácio de Ondina. “Na Bahia começamos com Jaques Wagner em 2006, e ele ajudou a eleger Rui Costa, que hoje faz uma revolução no estado. E com certeza haveremos de trazer de novo Wagner para governar esse estado e dar continuidade a essa gestão que melhorou a vida do povo baiano”, disse Luiz Caetano.
Educação
O deputado estadual Alan Sanches (DEM) apela para uma força-tarefa de forma a tirar o estado dos piores índices no setor da educação. De acordo com o Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Ideb), o estado aparece apenas na 23ª colocação no país, com nota 4,4, empatado com Roraima e à frente apenas do Pará (4,2), Maranhão (4,1) e Amapá (4,1). Entre os estados do Nordeste, a Bahia tem a segunda pior nota. “Isso não é Alan Sanches que fala, que cria”, lamentou.
Santo forte
A indecisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com relação ao ingresso no PP está sendo vista como uma prova de quão forte é o santo do vice-governador e secretário estadual João Leão, um dos líderes estaduais da legenda no país que já demonstrou algumas vezes seu desinteresse em que a agremiação passe a abrigar o primeiro mandatário do país.