As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e no mundo. Por isso, nesta quarta-feira (29 de setembro) é celebrado o Dia Mundial do Coração, para lembrar dos cuidados preventivos que se deve ter para evitar a evolução das chamadas cardiopatias. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que mais de 290 mil pessoas já morreram em decorrência de problemas do coração neste ano de 2021.
Em Salvador, o número de óbitos em decorrência de doenças cardíacas em 2020 chegou a quase 16 mil pessoas, e até este mês de setembro de 2021 já contabiliza 9,7 mil mortes. Segundo o médico cardiologista do Multicentro de Saúde Amaralina, Francisco Félix, algumas mudanças nos hábitos podem prevenir o aparecimento das doenças, como parar de fumar, manter uma dieta equilibrada com prática de atividade física e avaliação cardiológica anual com um especialista.
“As doenças do coração evoluem a partir da aterosclerose (acúmulo de placas de gordura) coronária atribuída a uma série de fatores, como uma dieta alimentar com muita gordura e também o histórico de cardiopatas na família, que favorecem o aparecimento dos problemas”, disse Félix. Por isso, é recomendada a visita ao médico para avaliações iniciais, como eletrocardiograma, teste de esforço e verificar a necessidade de exames investigativos mais complexos.
Diagnóstico – A advogada Soraya Tourinho conta que o estresse ajudou no desenvolvimento de problemas cardíacos. A rotina da profissional era corrida, desrespeitando os horários da alimentação e sem tempo definido para a prática da atividade física. Em um dado momento, passou mal ao sair do escritório e, ao ser atendida, identificou que tinha um problema de arritmia cardíaca. A partir daí ela recebeu a recomendação do cardiologista para que evitasse ao máximo outros episódios que culminassem em um atendimento de emergência.
“Os médicos atribuíram meu quadro a uma vida com estresse e qualidade de vida comprometida. Por isso, não posso tomar café – só o descafeinado, tenho que respeitar o horário de todas as refeições, fazer atividades com frequência e evitar o estresse do dia a dia, com pequenos intervalos durante o trabalho, além da avaliação cardiológica anual, que todos deveriam fazer”, disse Soraya.
No caso do aposentado Jorge Machado, o diagnóstico aos 59 anos foi de uma cardiopatia grave, com arritmia e dilatação das câmaras cardíacas. Ele usa cinco diferentes medicamentos, todos com a mesma finalidade: estabilizar os sintomas. Hoje, aos 63 anos, até quando precisa se abaixar para pegar algo no chão tem falta de ar.
“A minha vida antes era muito melhor, naturalmente, pelo fato de eu poder correr, coisa que não faço hoje. Com o problema cardíaco, tenho que controlar medicamento e, se eu não tomar, há risco de infarto e derrame cerebral”, contou.
Prevenção – No município, é possível ter acesso a serviços de cardiologia nas unidades próprias e rede contratualizada. Para isso, os moradores da capital podem se dirigir a uma das 155 unidades básicas do município de segunda à sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 17h, e realizar o agendamento para a consulta com especialista. É necessário apresentar o cartão SUS de Salvador, documento de identificação com foto e requisição com a indicação médica.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom