Desde a confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, no final de fevereiro de 2020, e o posterior fechamento das escolas e a adesão ao ensino remoto emergencial, muita coisa aconteceu e impactou o dia a dia de alunos, famílias e educadores de todo o país. Inicialmente, calendários escolares foram redesenhados; mais tarde, no segundo semestre de 2020, ocorreram reaberturas graduais das escolas; e posteriormente, em 2021, com a pandemia atingindo índices ainda maiores de contaminações, internações e mortes, as instituições que haviam retornado presencialmente voltaram a fechar. Esse processo de abre e fecha acabou por afetar a saúde mental e o próprio trabalho de muitos professores, trazendo preocupações em relação ao processo de ensino e aprendizagem.
Em meio a tudo isso, alguns educadores vivenciam uma situação peculiar: a de estarem ininterruptamente trabalhando de casa e de não terem retornado ao ensino presencial em nenhum momento, desde o fechamento das escolas, em março de 2020. Eles iniciaram o ano letivo de 2021 também de modo remoto e estão há mais de 17 meses sem pisar na sala de aula e ver presencialmente seus alunos.
Mesmo longe fisicamente, os profissionais de atendimento educacional especializado que atuam na rede municipal de ensino de Teofilândia estão presentes no dia a dia dos estudantes durante o ensino remoto.
Por meio de chamadas telefônicas, ligações de vídeo e recadinhos enviados junto com as adaptações dos Planos de Estudos Tutorados (PETs) e das atividades complementares, os educadores dão o suporte necessário para a realização das atividades.
Este é o típico exemplo da professora Graça Fonseca, que além de fazer a adaptação dos PETs e das atividades complementares elaboradas, mantêm contato com os estudantes público da Educação Especial e seus familiares.
Devido a suspensão das aulas presenciais, necessária por causa da pandemia da Covid-19, a professora, que atua em uma creche da zona rural, em Teofilândia, precisou recriar sua prática de trabalho adaptando sua atuação para as atividades remotas.
Para estar junto de seus alunos, ela precisou reinventar-se em suas ações e tem apostado em ligações de vídeo, elaboração de material concreto e um contato próximo com os familiares dos estudantes.
“Os vídeos são importantes, porque ajudam a deixar o conteúdo mais claro e os alunos também precisam de um material mais concreto. Com as ligações, eles sentem a presença do professor”, comenta Graça Fonseca. Ela descreve que depois de prontas, os pais a encaminham as fotos das atividades. “Essa parceria com as famílias é essencial e resulta em uma troca muito rica”, destaca a professora, que também envia jogos para os estudantes.
Nas ligações, a educadora busca motivar a participação da estudante nas atividades e sempre explicar da melhor forma como as atividades devem ser feitas.
Ao falar dos desafios das atividades virtuais, a professora destaca a interação dos alunos. “A nossa maior dificuldade foi criar uma interação real com os alunos nas discussões síncronas, ao longo do projeto, e capturar a sua atenção durante algumas horas do dia”, pontuou Graça.