Repaginado e adequado a uma realidade sem público e com casas de espetáculos fechadas, a peça NAU estreia nesta quinta-feira (19), às 19h, no site do projeto www. projetonau. art. br . Chamado musical afro-diaspórico-tupiniquim, NAU integra o edital Fábrica de Musicais, da Fundação Gregório de Mattos (FGM).
O público poderá adquirir os ingressos por meio do site www. sympla. com. br/ produtor/ viapresscomunicacao. O formato para aquisição das entradas respeita as possibilidades do público, que paga o quanto for possível, nos seguintes valores: R$10, R$20 e R$30. Além disso, parte dos ingressos será destinada gratuitamente para grupos teatrais, escolas e ONGs que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Concebido e dirigido pelos diretores Daniel Arcades e Thiago Romero, o espetáculo conta a história fictícia de espíritos de personagens historicamente ignorados da construção social do Brasil, que voltam ao país em uma barca para acertar de contas como renegados da historiografia oficial. Projetado e ensaiado para ser um musical tradicional, a obra precisou ser adaptada aos meios audiovisuais e terá a primeira temporada totalmente on-line, até novembro, totalizando 45 apresentações, sempre às 19h.
A peça tem três atos, o primeiro em Salvador, o segundo no Rio de Janeiro e o terceiro em Brasília. O espetáculo narra a história da Legião HZ, um grupo de energia de pessoas que viveram no Brasil pós-Colonial, que pedem ao Sistema Solar para não voltar mais ao Brasil como seres humanos, pois todos os retornos anteriores foram desastrosos para eles. Como o pedido não foi atendido, em fúria, a legião decide descer ao Brasil, ainda como frequências, para observar como está o país e, a partir daí, desenvolver uma estratégia para nunca mais voltar, mesmo que isso implique em acabar com a terra.
Desafio – “Foram dois anos de trabalho, e estamos bastante curiosos. Neste período foi preciso refazer o espetáculo dentro dos processos possíveis durante a pandemia. No mais, as expectativas são as melhores possíveis. É um grande desafio, transformar um musical clássico, com 15 atores em cena”, conta o co-diretor Daniel Arcades.
“Reformulamos tudo, até porque não daria para continuar um espetáculo com tanta gente circulando em cena em meio a uma pandemia mortal. No fim, foi construída uma obra cênica virtual, pois não é um filme nem uma obra de teatro, mas um espetáculo pensado para uma linguagem de internet, como um grande videoclipe narrativo, com ótima qualidade técnica, que deve agradar muito às pessoas”, complementa.
Para o também diretor Thiago Romero, apesar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia, a construção do espetáculo se espelha nos desafios enfrentados por todo o mundo durante a crise sanitária provocada pela Covid-19. “Foi um desafio tanto como projeto artístico, como de enfrentamento do que aconteceu com o mundo. Pensamos em um projeto presencial, com as ferramentas do teatro musical, e o mundo nos disse que neste momento não poderia ser daquela forma. Tivemos este desafio de manter o diálogo com o teatro utilizando as possibilidades do audiovisual, sem perder tema e qualidade ao entrar nesse projeto virtual. Acredito que foi possível aprofundar a pesquisa desenvolvida no teatro e transportar para o novo formato, garantindo um diálogo profundo entre as linguagens”, relata.