A região abrange doze municípios baianos. Segundo o Ministério da Saúde, 4.322 quilombolas da região tomaram a primeira dose da vacina contra o coronavírus e 228 a segunda dose do imunizante
Moradores das comunidades quilombolas da região de Guanambi estão sendo imunizados contra a Covid-19. A região abrange doze municípios baianos. São eles: Guanambi, Caetité, Riacho de Santana, Palmas de Monte Alto, Igaporã, Matina, Malhada, Lagoa Real, Candiba, Ibiassucê, Iuiu e Mortugaba.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, são mais de 19 mil habitantes quilombolas, pessoas que vivem em comunidades formadas por descendentes de escravizados fugitivos. Mas os dados do órgão não correspondem com as informações divulgadas pelas secretarias municipais de saúde.
Em Matina, por exemplo, o IBGE aponta que o município possui 8.189 habitantes quilombolas. Já em Iuiu, a estimativa é de 57 pessoas. A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, que informou não existirem quilombolas nesses municípios.
Quilombolas foram incluídos como grupo prioritário no Plano Nacional de Imunização. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica que o grupo foi listado como prioridade devido à vulnerabilidade social que está exposto. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito”, destacou.
De acordo com o Ministério da Saúde, 4.322 quilombolas da região de Guanambi tomaram a primeira dose da vacina contra o coronavírus e 228 a segunda dose do imunizante.
Membros quilombolas que ainda não tomaram a vacina devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. A líder da comunidade quilombola de Pau D’arco e Parateca, Valéria Porto Santos, ressalta a importância da vacinação dos povos tradicionais “A vacina é importante porque, de uma certa forma, ela é quem vai proporcionar estabilidade para a gente enquanto população tradicional e, assim, continuarmos nos nossos processos de luta por inclusão e por reparação social histórica”, destacou. Ela ainda faz o apelo para que os quilombolas se vacinem: “A vacinação nos proporcionará dia melhores. Convidamos todos os territórios do estado da Bahia e do Brasil a se vacinarem e a lutarem para que o plano municipal de vocês seja efetivado no sentido de nos reconhecer como prioridade. Mas para além disso, que em breve todos os brasileiros possam ser vacinados.
Fonte: Brasil 61