Até a última quinta-feira (27), o Brasil ocupava a 64º posição no ranking global de aplicação de doses da vacina contra a Covid-19. Os dados são da Our World In Dat, instituição que monitora o ritmo da vacinação no planeta. Em cinco meses de campanha de imunização, o país só conseguiu vacinar 20,75% de sua população (cerda de 44 milhões pessoas) com a primeira dose da vacina. Isso é muito pouco para um país com dimensões continentais como o nosso e que detém 2,7% da população mundial. O Brasil atualmente (214 milhões de habitantes.
O que mais preocupa é que os números mostram claramente que a meta do Ministério da Saúde de vacinar um milhão de brasileiros por dia, está longe, muito longe de ser alcançada, uma vez que essa meta não é alcançada nem no período de um mês. De janeiro até a última quinta-feira, a média mensal de imunização no país era de apenas 878,72 mil pessoas.
E se analisarmos o número de brasileiros completamente imunizados, ou seja, os que já tomaram a primeira e a segunda dose, os números são mais desanimadores. Apenas 21,63 milhões brasileiros (10,22% da população) conseguiram essa façanha.
Diante desse desempenho pífio, a pergunta que não quer calar: “como é que um país que até pouco tempo era referência em vacinação — erradicamos a poliomielite em apenas uma década — joga sua credibilidade para baixo em dois anos desconstruído tudo que foi conquistado em décadas de trabalho?
A CPI da Covid tem mostrado que o Brasil poderia ter evitado esse desastre se o governo brasileiro não fomentasse o negacionismo e acompanhasse a ciência. Outros países que fizeram isso estão em situação melhor que a nossa. Nos Estados Unidos, com a troca de governo, a coisa andou e lá o uso da máscara já não é mais obrigatório em locais abertos. Já por aqui, vivemos a ameaça de uma terceira onda da pandemia.
O que é mais trágico é que num momento tão crítico como esse, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anuncia que só renovará o auxílio emergencial, se as mortes não pararem, praticamente forçando quem depende do benefício a torcer pela morte de mais brasileiros.
É preciso ficar claro que só venceremos essa doença se houver a união de todos. Não dá mais para aceitar que o Ministério da Saúde anuncie uma coisa e o presidente venha a público desfazer tudo. Essa falta de coordenação tem custado caro a todos nós.