Se fosse em outros tempos, a chuva torrencial que caiu na manhã desta quinta-feira (7) em alguns pontos de Salvador traria uma série de transtornos para Antônia Batista Fernandes, 64 anos. A casa dela, em Pernambués, passou por uma reforma completa por meio do Morar Melhor, acabando com os problemas de infiltrações que persistiam há anos. No total, 200 imóveis do bairro serão beneficiados através do programa, cujas obras foram autorizadas pelo prefeito Bruno Reis, em solenidade simbólica.
“Através desta iniciativa estamos realizando o sonho de milhares de famílias que construíram casas, muitas vezes sem reboco, sem pintura, com telhados improvisados e que vivem em condições de insalubridade”, destacou Bruno Reis, ao lado da vice-prefeita Ana Paula Matos e da própria Antônia, que não conseguia conter a felicidade de ter sido uma das primeiras moradoras selecionadas, da Travessa 3 de Julho, tendo a residência considerada como casa-modelo desta terceira etapa do programa no bairro.
Das 200 habitações escolhidas para receber o Morar Melhor, 38 delas já tiveram obras concluídas, 30 estão em execução e nas demais 132 terão os trabalhos iniciados. Esta é a terceira etapa do programa na localidade, que destinará até R$7 mil para a reforma de cada imóvel.
“Já reformamos 500 casas nas duas etapas anteriores do Morar Melhor e agora é assinada esta ordem de serviço para dar prosseguimento às obras na região, mesmo com todas as dificuldades financeiras que enfrentamos por conta da limitação orçamentária provocada pela pandemia, além dos investimentos expressivos na saúde, na área social e transporte público”, acrescentou o prefeito.
Ele afirmou que, até 2024, a meta é reformar 50 mil casas na capital baiana. Desde 2015, quando o Morar Melhor foi criado, 33 mil moradias foram beneficiadas na cidade com a iniciativa, em mais de 150 localidades.
Lar digno – Antônia contou que o pouco dinheiro que entra no mês, o equivalente a um salário mínimo, não é suficiente para custear todas as despesas. Planejar fazer uma reforma na casa, portanto, parecia ser algo inalcançável.
“Vivo aqui há 16 anos e não pude fazer nada porque não há condições financeiras. Com o Morar Melhor até parede aqui dentro de casa foi feita, fora o reboco, pintura. Também colocaram telhado novo e janela, que não tinha. Estou muito feliz”, festejou ela, que vive no lar junto com o esposo e uma filha com deficiência.
A realidade de Antônia reflete exatamente o objetivo do Morar Melhor. Coordenado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), o programa possibilita a melhoria das condições sanitárias das habitações contempladas pelo programa, promovendo dignidade e elevando a autoestima de milhares de famílias.
Há critérios adotados para a seleção dos imóveis, entre eles: precariedade dos bairros, baseado em dados do IBGE; maior predominância de domicílios com alvenaria sem revestimento; maior predominância de pessoas abaixo da linha de pobreza, com renda per capita inferior a R$85; maior predominância de mulheres chefe de família; maior densidade habitacional e precariedade obtida pela observação de campo. Não são contempladas casas em situação de risco cadastradas pela Defesa Civil de Salvador (Codesal), imóveis de aluguel e famílias que apresentem renda superior a três salários mínimos.
Foto: Betto Jr/Secom