Líderes petistas se reuniram na manhã deste domingo (18), na plenária virtual do mandato do deputado federal Joseildo Ramos (PT/BA), para discutir a responsabilidade do Governo Bolsonaro no enfrentamento ao coronavírus e a atual situação da pandemia no país. O encontro, que foi transmitido virtualmente pela rede social do parlamentar, contou com a presença do governador Rui Costa (PT), do ex-ministro da Educação Fernando Haddad, do senador Jaques Wagner (PT/BA), dos deputados federais Paulo Teixeira (PT/SP), Alexandre Padilha (PT/SP) e Waldenor Pereira (PT/BA), além de secretários e deputados estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças políticas.
Governador do Bahia, um dos estados que mais vacinaram a população até o momento, Rui Costa afirmou que a luta contra a Covid-19 não tem sido fácil, mas que os avanços no enfrentamento estão acontecendo a despeito do que prega o Governo Federal, cujas orientações têm sido vistas como “motivo de piada em outros países”. Ao comentar a desaceleração das mortes e das contaminações nos EUA após a posse de Biden, que unificou o discurso de priorização da vida, o gestor lamentou que, em breve, o Brasil deverá passar a ser o líder em mortes pelo coronavírus em todo o mundo, e novamente reforçou o pedido de aprovação da Sputnik V pela Anvisa, que corre na Justiça, para acelerar o processo de vacinação.
O tema também foi abordado pelo ex-ministro da Educação Fernando Haddad. “É um absurdo que o presidente da República sabote o trabalho de governadores e prefeitos. Se não fosse a bancada do PT no Congresso, estaríamos em uma situação mais complicada, eles estão passando a boiada em muitas áreas”, afirmou. Haddad aproveitou para comemorar a anulação das condenações contra o ex-presidente Lula e o retorno dos seus direitos políticos, mas advertiu que é necessário encontrar meios de fazer o povo brasileiro sobreviver ao atual Governo em 2021, antes de se falar nas eleições de 2022.
É isso que acredita também o médico infectologista, ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT/SP). Para ele, o presidente Jair Bolsonaro “fez tudo para atrapalhar” o combate à pandemia e que a forma como enfrenta a crise sanitária “não é coisa de ignorante nem de louco, é de código penal, crime de responsabilidade”. O parlamentar afirmou ainda que o presidente assumiu um posicionamento de extrema direita, deixando as pessoas se infectarem até não ter mais ninguém a ser infectado, quando, em tese, a pandemia se controlaria. Por conta da possibilidade de reinfecção e o surgimento de novas cepas, no entanto, Padilha acredita que não chegaremos a uma “imunidade de rebanho”, mas a uma “mortalidade de rebanho”. “O primeiro ministro da Inglaterra tentou deixar acontecer mas foi obrigado a recuar porque o sistema de saúde entrou em colapso. Trump queria distribuir cloroquina e foi impedido. Bolsonaro, pela fragilidade das nossas instituições, conseguiu correr solto com esse projeto”, afirmou.
Para o senador e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, as ações do Governo Federal precisam ser caracterizadas como crimes contra a saúde pública e, porque o país se tornou um epicentro de novas cepas, também como crime contra a humanidade. “O Brasil foi pra lata do lixo. Praticamente todos os países do mundo proíbem a entrada de brasileiros. Esse cidadão conseguiu transformar o país em pária”, disse o senador.