A Prefeitura deu início, nesta quarta-feira (24), à operação de fiscalização das praias de Salvador, orientando banhistas e demais frequentadores sobre a interdição da faixa de areia e proibição do banho de mar. Publicada no Diário Oficial do Município (DOM), a proibição tem início hoje e prossegue por um prazo inicial de sete dias, com o objetivo de conter a transmissão do coronavírus no momento mais crítico da pandemia, desde o mês de março.
Na praia de Buracão, no Rio Vermelho, algumas pessoas estavam nas pedras e faixa de areia na manhã de hoje. Logo que foram orientadas pela Guarda, deixaram o local. Rogério Lucas de Nascimento, de 45 anos, veio de Minas Gerais para um passeio na capital baiana e disse que não sabia da proibição. “A minha vontade era curtir um pouco as praias daqui, mas por um bem maior, a gente tem que obedecer e seguir a orientação”, disse.
Na praia da Boca do Rio, algumas pessoas também tomavam banho de mar, mas ao escutar o aviso sonoro do megafone utilizado por agentes da GCM, deixaram o local. A trabalhadora autônoma Sandra Galiza, 52 anos, que aguardava o ônibus em um ponto da Orla, elogiou a iniciativa. “Estou achando muito válido, porque as pessoas não estão se conscientizando da gravidade da pandemia. Sabemos que o isolamento social é difícil, mas é uma medida essencial diante da atual situação. Pessoas estão morrendo todos os dias, então essa interdição é mais que necessária”.
Equipe – Oitenta agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), com o apoio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), da Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar) e da Polícia Militar, fazem rondas em toda a orla da cidade, de São Tomé de Paripe à Praia do Flamengo. Ao todo, 150 colaboradores dos órgãos municipais envolvidos estão atuando na Operação Maré de Março, que ocorre diariamente, das 7h às 19h.
São permitidas apenas a atividade de pesca, para garantia de renda dos pescadores, e as atividades náuticas individuais. Nos finais de semana, dias de maior movimentação nas praias, a fiscalização será reforçada pela GCM para impedir as aglomerações. À noite, algumas rondas continuarão sendo realizadas nesses locais e outras ficarão atentas a possíveis intercorrências, para garantir que a interdição seja respeitada.
Orientação – O diretor-geral de Segurança e Prevenção à Violência, Maurício Lima, afirmou que o principal objetivo da operação é orientar. Nas ações, a população costuma acatar a orientação da guarda e, à medida que toma conhecimento da ação, se conscientiza e deixa de frequentar as praias.
“Essa é uma operação muito importante, que ocorre em um momento de índices alarmantes em relação à ocupação dos leitos hospitalares. Diante disso, vamos desfazer qualquer tipo de aglomeração possível no trecho de orla da nossa cidade, buscando conter o avanço da Covid-19. A gente entende que o momento requer a atenção de todos, porque essa operação não se dá unilateralmente, mas em conjunto com toda a população”.
A titular da Semop, Marise Chastinet, também assegurou a orientação aos vendedores ambulantes nesse período sobre a proibição da comercialização de produtos nas praias. “O comércio também está suspenso na faixa litorânea nesse período, e os profissionais da Semop estão justamente orientando os vendedores. A compreensão é fundamental nesse momento, pois essa medida tem o intuito de preservar a vida do cidadão soteropolitano”.
Interdição – As praias do Porto, Farol da Barra, Ondina, Rio Vermelho e Amaralina estão fechadas com tapumes, que começaram a ser instalados ontem pela Secretaria Municipal de Manutenção (Seman). Em Piatã, haverá uma cerca com arame liso para ajudar a impedir o acesso de banhistas.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom