Paciente diz ter sido agredido por segurança após reclamar de demora no atendimento de UPA na RMS; subsecretário nega
Um paciente disse que foi agredido por um segurança após reclamar da demora para ser atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que contempla as regiões de Gleba A e Gravatá, em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, no domingo (14).
Segundo o homem, ele teria tentado entrar em uma sala para falar com a assistente social e foi impedido pelo segurança quando a confusão começou. [Veja na reportagem acima]
Em um vídeo gravado por um celular, algumas pessoas se aglomeraram durante a confusão, onde um homem recebe socos.
De acordo com o subsecretário de saúde de Camaçari, Luís Dublat, a briga que aconteceu na UPA foi entre dois pacientes.
“Dois pacientes disputando a entrada [no serviço de emergência], que leva em consideração o critério de classificação de risco. Como um foi classificado para se atendido antes do outro, o que tinha chegado primeiro não ficou satisfeito e eles terminaram se cruzando no corredor da UPA”, explicou.
Segundo o subsecretário, o vigilante da unidade entrou na confusão apenas para separar os pacientes da briga.
Contudo, este não o único paciente que reclamou da demora para ser atendido. A profissional de serviços gerais, Victória Novaes, definiu o atendimento na UPA como “péssimo”. Ela foi para a unidade porque estava com tontura, dor de cabeça e dores no abdômen.
“Cheguei aqui era 14h30 e, quando fui atendida mesmo para entrar para a consulta, era 22h30”, relatou.
Apesar de ter sido atendida, ela não realizou exames, nem descobriu o que causou as dores e a tontura. “Tive que marcar uma consulta particular. Vou ter que gastar”, explicou.
Segundo Victória, a demora se deu por conta da “aglomeração, da falta de administração e organização” da unidade.
“[Algumas] pessoas já tinham desistido [do atendimento] e eles ainda estavam chamando, repetindo o nome. Eu pedi para falar com a assistente social e ela me disse que a demora era porque tinha que rodar o sistema até ser chamado”, explicou.
O inspetor operacional, Cléber Andrade, também reclamou da demora. Ele levou a esposa para a UPA, pois ela estava com sintomas de Covid-19. No entanto, não tinha previsão de quando a mulher seria atendida.
“A gente está aguardando para ser atendido, mas não há previsão de tempo. O atendimento aqui nessa localidade sempre foi assim”, relatou.
De acordo com um ex-funcionário da UPA que não quis ser identificado, a unidade era administrada por outra empresa. Porém, em novembro de 2020 isso mudou.
“A anterior sempre honrava com seus compromissos, porém nesse processo de mudança começou o caos. Faltavam medicações básicas e até soro fisiológico. Eletro ficou quebrado por muito tempo. Essas situações foram se resolvendo aos poucos, mas coincidiu que o Hospital Geral de Camaçari fechou atendimento de porta aberta, agora só por regulação, e então a UPA começou a ficar superlotada”, contou.
Ainda de acordo com o ex-funcionário, a média de internados por dia saiu de 15 para 40. “Tem pacientes internados em cadeira, sala de eletro, tem paciente com Covid-19 junto com paciente normal”, relatou.
Aglomeração na testagem para Covid-19
Outra questão que tem preocupado a população de Camaçari é o tamanho da fila para testagem de Covid-19.
Uma estrutura para testagem do novo coronavírus foi montada em uma praça da Gleba E, no município, e acabou causando aglomerações na manhã desta terça-feira (16).
Segundo o subsecretário da saúde, Luís Dublat, o número de toldos e cadeiras serão aumentados para que consiga comportar a população. Além disso, vigilantes serão encaminhados ao local para que as pessoas sejam orientadas a manter o distanciamento social.
“O que acontece é que a ação é programada para a população de um bairro e a população de bairros adjacentes ou, até mesmo distantes, se dirigem até o local onde está sendo feita a testagem”, explicou.