Árvores são sinônimo de coisas boas. Além de embelezar os ambientes, nos dão oxigênio, sombra, frutas e, por que não, um excelente suporte para a rede do cochilo da tarde. Porém, quando as árvores estão muito frondosas, elas podem se tornar um problema prático para o dia a dia, quando fios se misturam com seus galhos, ou acontecem quedas totais ou parciais ou, ainda, passam a prejudicar o fluxo do trânsito, por exemplo. Por essas razões, é muito provável que você já tenha pensado em algum momento: essa árvore precisa ser podada.
Em 2020 foram feitos aproximadamente 70 mil serviços deste tipo na cidade, alcançando uma média de quase seis mil intervenções mensais. Em Salvador a poda e supressão de vegetais em áreas públicas é realizada exclusivamente pela Secretaria Municipal de Manutenção (Seman). Se o serviço for em área particular, é necessário alvará expedido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur).
A Seman realiza importante trabalho de manutenção, prevenindo a queda de galhos e árvores. Com isso, além de garantir o aspecto paisagístico, o vegetal permanece em boas condições com a retirada de galhos quebrados, senis e parasitas.
O titular da pasta, Luciano Sandes, destaca a importância de a população saber que as podas não ocorrem porque queremos cortar uma árvore. “Este é um importante trabalho preventivo contra acidentes, onde é feita a retirada de galhos com potencial de queda, em estado fitossanitário ruim, além de outras questões atreladas à segurança, como a melhoria da iluminação pública”.
O trabalho de manutenção das áreas verdes da cidade ocorre diuturnamente em algumas vias. Em locais de grande movimentação, o procedimento é feito no período noturno, a exemplo das avenidas Antônio Carlos Magalhães, Mário Leal Ferreira (Bonocô) e General San Martin.
Solicitação – A população pode solicitar o serviço de manutenção de áreas verdes em vias públicas da cidade através do telefone 156, do portal www. falasalvador. ba. gov. br e presencialmente, nas Prefeituras-Bairro. Será possível também realizar a solicitação pelo aplicativo Fala Salvador.
Após a solicitação, em um prazo de até 45 dias o corpo técnico da Seman, formado por engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e biólogos, realiza vistoria para avaliação do serviço a ser realizado. Para maior eficiência, as podas são executadas com o auxílio de motosserras e motopodas, além de caminhão com caçamba elevatória.
Inovações – Segundo o secretário Luciano Sandes, a pasta utiliza dois equipamentos inovadores. “São eles o tomógrafo e o penetrógrafo para diagnóstico de sonda e imagem. Eles servem para avaliar a saúde da arborização urbana com a detecção de deteriorações”, pontua.
O penetrógrafo é um equipamento usado para o diagnóstico do tronco das árvores que avalia a perda de resistência mecânica do lenho ao analisar a linha de passagem da broca da ferramenta, equipada com sensor. Já os tomógrafos acompanham a tendência de ensaios não destrutivos em árvores e procuram identificar deteriorações.
A medição das ondas mecânicas propagadas pelo lenho da árvore é feita a partir de um sinal gerado por um martelo eletrônico. Este sinal é transmitido e recebido por sensores instalados ao redor da circunferência do tronco. Quanto mais alta a velocidade da onda que percorre o lenho, maior a resistência deste. Assim, a velocidade será alta se o lenho estiver em boas condições e baixa caso haja um apodrecimento, oco ou rachadura.
Sandes afirma que, em quase 90% dos casos, a “saúde das árvores” pode ser avaliada visualmente por um engenheiro ambiental ou técnico especializado. Nos demais casos, o uso destes equipamentos é de fundamental importância para uma avaliação mais apurada. “Os resultados obtidos nestas análises são utilizados para monitorar certas condições de risco, assim podemos adotar medidas adequadas e de forma preventiva”, conclui.
Foto: Bruno Concha/Secom