No Dia Nacional da Alimentação Escolar (21/10), a agricultura familiar celebra a segurança alimentar dos estudantes da rede estadual, em especial, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Essa política pública garante que os alimentos consumidos pelos estudantes sejam os produzidos por agricultores e agricultoras familiares, ao mesmo tempo em que impulsiona a economia das comunidades rurais.
Exemplo disso, é o Colégio Estadual de Tempo Integral Sertão da Natuba, em Nova Soure, inaugurado recentemente pelo Governo do Estado, onde as seis refeições servidas, diariamente, no restaurante estudantil, são preparadas com alimentos frescos, nutritivos e livres de agrotóxicos, cultivados por agricultores familiares da região.
Felipe Carvalho, estudante do 3º ano do Ensino Médio, destaca a importância desse vínculo com a comunidade local. “É importante a gente saber de onde vem a nossa comida e saber que a escola tem uma parceria com agricultores da nossa cidade fortalece a economia local e o agricultor. Hoje, sabemos que muitas doenças vêm dos venenos usados nos alimentos, mas aqui estamos cuidando da nossa saúde”.
A cozinheira Caroline Santana complementa, reforçando o impacto positivo de uma alimentação natural no desempenho dos estudantes. “Para ter força, tem que se alimentar bem. Quanto mais natural a alimentação, mais disposição a gente tem e acredito que nosso estado de ânimo, a memória e o intestino funcionam melhor. Se alimentar bem é saúde”.
Com o suporte da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), que também investe na base produtiva, oferecendo insumos, mudas e mecanização agrícola, milhares de agricultores familiares baianos têm a oportunidade de expandir sua produção, garantindo a oferta de alimentos de qualidade para o PNAE.
O diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, ressalta a relevância dessa integração. “A alimentação escolar muitas vezes é a principal refeição daquele estudante, daquela criança, daquele jovem. E, quando falamos de uma alimentação saudável, fornecida nas escolas, o vínculo com a agricultura familiar se torna imprescindível em uma política pública como a nossa da Bahia. O fomento e o investimento na agricultura familiar fortalecem a produção de alimentos saudáveis, que abastecem a alimentação escolar. Por isso, a agricultura familiar é essencial para garantir qualidade e segurança alimentar nas escolas do estado”.
Origem dos produtos
A Cooperativa dos Agricultores Familiares e Economia Solidária do Semiárido do Nordeste Baiano (Coofasa), da comunidade Monte Alegre, em Nova Soure, é uma das responsáveis por abastecer a unidade escolar com produtos frescos. Semanalmente, são entregues 60 quilos de produtos diversos. O resultado foi o aumento na renda dos agricultores, que hoje chega a até R$ 8 mil mensal.
Jenivaldo Santos, agricultor familiar da Coofasa, expressa sua satisfação em contribuir. “Pra mim, é um prazer alimentar essas crianças e adolescentes com produtos da nossa terra, tudo natural. Tenho a maior alegria de servir ao nosso município. Entrego alimentos como batata-doce, mamão e hortaliças”.
Esdras Souza, também agricultor familiar da comunidade Monte Alegre, compartilha um sentimento de orgulho em ver sua produção chegando às mesas dos estudantes. “Coentro, cebolinha, couve, alface, cenoura e batata-doce são alguns alimentos que entrego. É um sentimento de gratidão, pois sei que os nossos filhos, amigos e entes queridos estão comendo um alimento bom e de qualidade, vindo da agricultura familiar”.
Além da Coofasa, a Cooperativa da Cajucultura Familiar do Nordeste da Bahia (Cooperacaju), localizada em Ribeira do Pombal, entrega, semanalmente, produtos como bolos, farinha de mandioca, farinha de tapioca e polpas de frutas para o colégio. Essa diversidade de produtos, provenientes da agricultura familiar, reforça o compromisso da Bahia em promover a alimentação saudável nas escolas estaduais, ao mesmo tempo em que apoia os agricultores familiares e fortalece a economia local.
Fotos: André Frutuôso