Neste domingo (14), a Albiceleste venceu a Colômbia por 1 a 0 na prorrogação, em uma decisão de “sangue, suor e lágrimas” no Hard Rock Stadium, em Miami, e se sagrou bicampeã do torneio sul-americano, defendendo com sucesso o título vencido na edição de 2021.
A partida foi marcada pela lesão do craque Lionel Messi, que levou uma entrada fortíssima do lateral Santiago Arias no 1º tempo e passou vários minutos sofrendo em campo.
Na etapa complementar, ele desabou no gramado aos 18 minutos e pediu para sair, indo para o banco de reservas e chorando muito, enquanto colocava uma bolsa de gelo no tornozelo.
Antes do jogo, houve muita confusão nos arredores do estádio, com os portões sendo fechados várias vezes para impedir a entrada de torcedores sem ingressos.
Com o caos, a partida foi adiada inicicialmente por 30 minutos, mas, com a situação longe de ser controlada, só foi começar depois de uma hora e 20 minutos de atraso.
Os corredores do estádio, por sua vez, ficaram manchados de sangue, fruto da ação da polícia para deter os fãs que ingressaram sem bilhetes.
Depois disso, a final foi até bem jogada na maior parte do tempo, com as duas equipes perdendo ótimas chances no tempo normal. Como o 0 a 0 persistiu, o duelo foi para a prorrogação.
No tempo extra, brilhou a estrela do atacante Lautaro Martínez, que entrou para decidir a parada: aos 6 minutos do 2º tempo, ele recebeu excelente enfiada de bola de Lo Celso e caprichou na finalização
Depois disso, a equipe comandada por Lionel Scaloni se segurou bem até o apito final do brasileiro Raphael Claus para comemorar o 4º título em três anos: duas Copas América, uma Copa do Mundo e uma Finalíssima no ciclo 2021-2024.
Para colocar a “cereja no bolo”, o meia Ángel Di María foi eleito o man of the match, se aposentando da seleção de forma perfeita.
Esse foi o 16º troféu de Copa América conquistado pela Argentina na história. Agora, a Albiceleste é a maior campeã de todos os tempos de forma isolada.
Antes da final deste domingo, a equipe porteña estava empatada em 15 títulos com o Uruguai, mas agora lidera o ranking sozinha.
A Colômbia, por sua vez, segue com apenas uma taça, conquistada em 2001. Como “prêmio de consolação”, ao menos James Rodríguez foi eleito o melhor jogador da competição.
O jogo
Primeiro tempo
Empurrada por sua barulhenta torcida, a Colômbia teve sua primeira chegada perigosa aos 5 minutos: Richard Ríos virou ótima bola para Luis Díaz, que avançou a finalizou da entrada da área. Seguro, Dibu Martínez defendeu sem dar rebote.
O lance animou os Cafeteros, que foram para cima com tudo e ficaram a centímetros de abrir o placar no minuto seguinte: Córdoba girou na área e bateu firme, com a bola beliscando a trave argentina.
O time comandado por Lionel Scaloni só foi conseguir dar uma resposta aos 20: Di María chegou muito bem à linha de fundo e cruzou rasteiro para Messi. O craque chegou batendo de primeira e tinha tudo para marcar, mas a bola resvalou na zaga e acabou indo nas mãos do goleiro Vargas.
Mas a Colômbia era melhor em campo, tocando bem a bola e chegando várias vezes nas proximidades da área adversária.
Em um desses lances, aos 32, Jhon Arias viu tudo claro à sua frente e soltou um petardo, exigindo defesa espetacular de Dibu Martínez no cantinho.
Logo na sequência, enorme preocupação na Argentina: ao dar carrinho para cortar cruzamento de Messi, o lateral Santiago Arias acabou acertando o tornozelo do craque, que precisou de atendimento médico. Após vários minutos, porém, ele se levantou e voltou para o campo.
Os Cafeteros seguiram martelando e geraram outra oportunidade interessante aos 40: após afastada da zaga albiceleste, Richard Ríos encheu o pé de fora da área, mas Martínez agarrou no centro do gol.
Em uma falta lateral aos 43 minutos, a Argentina finalmente voltou a criar perigo: após levantamento, Tagliafico cabeceou firme, mas mandou por cima da meta.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, que contou com um rápido show da cantora Shakira, a Colômbia seguiu dona do jogo e teve chance de ouro aos 2 minutos.
Depois de cruzamento de James Rodríguez, o pivô Córdoba fez a casquinha e a bola sobrou para Santiago Arias, que experimentou cruzado. A bola passou zunindo perto da trave e saiu.
A resposta albiceleste foi imediata: em boa troca de passes, Julián Álvarez recebeu na área, mas perdeu ângulo e teve que recuar para Di María. O camisa 11 finalizou, mas mandou no peito de Vargas, que fez grande defesa.
A partida era lá e cá: aos 8, na perigosa jogada área colombiana, a bola bateu e rebateu na área até sobrar para o zagueiro Davinson Sánchez, que testou com muito perigo por cima.
Cinco minutos depois, foi a vez da Albiceleste arrancar gritos da torcida no Hard Rock Stadium: Di María chutou cruzado de esquerda e viu Vargas espalmar de forma espetacular, salvando um gol certo do craque.
O drama da Argentina aumentou aos 20 minutos, quando Messi, com dores no tornozelo ainda do lance forte no 1º tempo, indicou aos médicos que não tinha mais condições de ficar em campo. Com isso, ele saiu para a entrada de Nicolás González.
A Colômbia era superior também fisicamente no jogo, e os atletas argentinos foram ao poucos se esfacelando. Depois da saída de Messi, o lateral-direito Montiel também pediu substituição, dando lugar a Molina.
Aos 30 minutos, finalmente o grito de gol saiu em Miami, com Nico González empurrando a bola para o gol da Colômbia. No entanto, o tento argentino foi cancelado por um claríssimo impedimento de Tagliafico no começo da jogada.
Na última grande oportunidade do tempo normal, Nico González, que entrou muito bem, apareceu no segundo pau e cabeceou para a pequena área. Julián Álvarez tinha tudo para fazer o gol, mas chegou um segundo atrasado e perdeu.
Já prevendo a prorrogação, Néstor Lorenzo finalmente mexeu na Colômbia: tirou Richard Ríos e Córdoba, ambos exaustos, e optou por Castaño e Borré para dar vida nova ao time.
Prorrogação
O tempo extra já começou com um choque: exaurido, James Rodríguez deixou a partida, com Juan Fernando Quitero assumindo a armação do time.
A Argentina, porém, foi quem iniciou melhor e criou talvez a melhor chance de gol da partida aos 4 minutos, deixando sua torcida incrédula.
De Paul recebeu enfiada de bola na grande área e cruzou rasteiro com açúcar para Nico González, que finalizou. O goleiro Vargas fez um milagre e agarrou praticamente em cima da linha.
Com isso, Lionel Scaloni sentiu que era hora de apertar e fez logo três alterações de uma vez: Julián Álvarez, Enzo Fernández e Mac Allister saíram do jogo, Lautaro Martínez, Paredes e Lo Celso entraram.
Os Cafeteros tentavam responder com bolas longas lançadas para Luis Díaz e Borré, mas os atacantes erravam sempre as decisões finais. Quintero, por sua vez, entrou bem na partida, dando boa dinâmica com seus passes e chutes de longa distância.
Para o 2º tempo da prorrogação, foi a vez de Néstor Lorenzo mexer de baciada: Lerma, Luis Díaz e Jhon Arias deixaram o gramado sob uma chuva de aplausos, com Carrascal, Uribe e Miguel Borja indo para o combate.
Novamente, todavia, a primeira chance perigosa foi da Albiceleste: aos 2, Di María fez um “chutamento” para a área e Lautaro Martínez por pouco não conseguiu escorar para as redes.
A resposta colombiana veio no lance da sequência: Borja recebeu excelente enfiada e tentou rasteiro, mas a defesa chegou salvando na “hora H” e colocou para escanteio.
E, quando a Argentina conseguiu acertar um contra-ataque, ele foi mais do que fatal: aos 6 minutos, Lo Celso enfiou passe primoroso para Lautaro Martínez, que bateu com enorme categoria na saída de Vargas para fazer explodir a metade azul e branca do Hard Rock Stadium.
6º gol do atacante da Inter de Milão no torneio, terminando como artilheiro e campeão da competição.