A capital baiana está trocando experiências sobre boas práticas em segurança viária no transporte público de ônibus com uma comitiva que atua na cidade de Buenos Aires, Argentina. A cooperação tem como foco a gestão de velocidade e troca das políticas de segurança viária das cidades, a partir do apoio recebido pela Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global.
Na quinta-feira (25) o grupo acompanhou o início das operações do novo trecho do BRT pela manhã e, à tarde, se reuniu na sede da Secretaria de Mobilidade (Semob), no Caminho das Árvores, para conhecer mais do serviço de transporte prestado aos soteropolitanos. A comitiva contou com a presença do subsecretário de Planejamento da Mobilidade, Antonio Cortés, da Especialista em segurança viária da WRI Brasil, Adriana Jakovcevic, e outras autoridades.
Na ocasião, foi apresentado o plano de segurança viária de operadoras, realizado pela Empresa Transportes 9 de Julio, no âmbito do Programa “Choferes Líderes”. Antonio Cortés explanou sobre a percepção ao conhecer o sistema utilizado na capital e a cooperação entre as equipes de trabalho.
“Foi um momento muito produtivo, porque podemos trocar experiências com problemáticas similares entre as cidades. O BRT é muito interessante e a eletromobilidade, também. Buenos Aires não tem ônibus elétricos e isso nos interessa muito. Achamos também muito interessante as autoridades estarem interessadas em resolver as questões de segurança no trânsito e estarem preocupados com a mobilidade. O nível técnico também é muito bom”, afirmou.
Inspiração – Devido ao trabalho realizado, Salvador tem recebido constantemente delegações que buscam conhecer os avanços no trânsito e mobilidade da capital. Os grupos são de brasileiros e também de outros países, a exemplo de Uganda, na África, que também esteve na capital recentemente.
O secretário da Semob, Fabrizzio Muller, destacou a importância de apresentar os avanços significativos que a cidade conquistou na segurança viária nos últimos anos para inspirar outras cidades em suas ações. “Aliamos desde a ampliação da fiscalização, conceito diferente nos projetos de requalificação de vários pontos da cidade, a exemplo da orla, com o conceito da segurança viária através da redução de velocidade, passeios mais largos, ciclovias e outras medidas para permitir uma mobilidade ativa, porém segura”, explicou.
O gestor contou que várias ações foram implementadas na capital para que ela se tornasse mais segura para todos no trânsito. “Além disso, tivemos um longo caminho com ações de educação viária, educação para o trânsito com crianças e escolas. É um conjunto de fatores que nos trouxeram a este patamar que Salvador hoje tem de ser a cidade com menor índice de mortes no trânsito no país”, concluiu.
O titular da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), Décio Martins, apresentou os resultados de melhorias diárias nos últimos 12 anos e diminuição de acidentes fatais, atingindo a meta da ONU. “O desafio foi enorme e na primeira década – de 2011 a 2020 – diminuímos em 51% o número de acidentes anuais e renovamos até o ano de 2030 o compromisso com a ONU de reduzir em mais 50%. Ano passado foi o ano com menor número de vítimas fatais sendo pedestres, desde que nós começamos a fazer essa aferição. Por outro lado, estamos preocupados com os motociclistas que tem puxado uma curva de crescimento não apenas em Salvador, mas na América Latina”, finalizou.
Como medidas para contribuir na obtenção da meta de redução de mortes e lesões no trânsito da capital, a Transalvador destaca a criação do Núcleo de Operação Assistida (NOA), central de videomonitoramento, além de as equipes terem como foco a fluidez do trânsito e segurança viária. Aliado às estratégias, Salvador contou com a instalação de 120 radares e redução da velocidade máxima de algumas vias públicas.
Foto: Lucas Moura/Secom PMS