Olá meus leitores, estou de volta e venho para falar de um assunto que a cada dia vem incomodando mais: o comportamento no trânsito das pessoas que prestam serviços por aplicativo: Uber, 99, InDrive, IFOOD,… e todas elas.
Não sei como é o critério usado por esses aplicativos para a escolha dos colaboradores. Imagino que deva ser o mais inócuo possível. É revelador assistir passivamente a cada dia nos noticiários casos de violência.
Ameaças, agressões, estupros, pessoas se jogando de veículos em movimento após ameaças de motoristas. Sem esquecer das graves infrações de trânsito como entrar na contramão na hora de levar ou buscar um passageiro. Andar em alta velocidade, deixar a pessoa em destino errado, se recusar a passar troco ou simplesmente cancelar a corrida e colocar a culpa na pessoa que solicitou o serviço para levar a sua “vantagem”.
E você pensa que a lista fica por aqui? Não dá para esquecer dos entregadores por aplicativo. Esses conseguem tirar até Buda, se vivo ainda o fosse, do sério.
Não respeitam sinal fechado, invadem pistas de pedestres, sobem calçadas, atropelam pessoas e não estão nem aí. Fora o comportamento suicida no trânsito se jogando no vácuo de qualquer veículo. E se reclamar então só falta sofrer agressão dos “empoderados do aplicativo”.
Não me levem a mal. Não sou contra o uso de aplicativos que nos facilitam a vida e ajudam na economia. Sou contra o modo como as pessoas são selecionadas, se é que há seleção. Reconheço o investimento de duas grandes plataformas que atuam no país para fins de segurança chegando a gravar o audio durante o trajeto (se você não sabia que há gravação de áudio durante o seu deslocamento agora você já sabe).
Mas é delicado para quem está do outro lado. Compete a essas empresas perceberem que os colaboradores levam suas marcas. E é coisa sagrada. A primeira coisa que vejo quando quase alguém é atropelado pela insensatez do motorista é a marca do aplicativo colada no veículo. Ou quando tenta passar a perna no troco.
Sempre me pergunto por quê, investindo tanto em tecnologia, as empresas não conseguem controlar isso. Avaliar o mau comportamento de seus colaboradores por meio de seus próprios aplicativos. Verificar quando invadem faixa ou cruzam sinal vermelho. Transformar a viagem mais segura e mais vigiada não apenas levando pessoas mas encomendas também.
Por quê não excluir aqueles de ímpetos agressivos e condutas nocivas que terminam por contribuir para a insegurança no trânsito se expondo e nos expondo? Quando de fato haverá maior grau de responsabilização por parte das empresas? Afinal é o nome delas que vai no bagageiro da traseira de cada bicicleta ou moto nas ruas do país, mas também é a vida das pessoas que está em jogo seja dentro do veiculo ou disputando espaço na rua com motociclistas.
*Alessandra Nascimento é editora-chefe do Site Café com Informação; Articulista do Jornal Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro; Correio Regional e Portal Noticia Capital; Ex-Correspondente Internacional