O Superman tricolor enfrenta batalha dura hoje, na Fonte Nova, às 21h30, contra o atual campeão da América, o Fluminense. Empurrado pela massa vermelha, branca e azul, que tem dado um show à parte neste ano (o Bahia é o time nordestino com maior média de público na temporada), os comandados por Rogério Ceni buscam pontuar pela primeira vez nesse Brasileirão.
Na primeira rodada da competição, fora de casa, o clube baiano foi superado pelo Internacional (2 a 1), em uma partida complicada. Diferentemente de anos anteriores, por conta do Bahia agora ser uma SAF, o Tricolor, com maior poder aquisitivo, reforçou-se com nomes consagrados na última janela de transferências. Por isso, na visão de muitos torcedores, a equipe pode e deve entregar melhores resultados e brigar na parte de cima da tabela.
A resposta deve ser clara e imediata para evitar qualquer crescimento do clima de desconfiança que já se instaurou entre a torcida do Esquadrão – isto é, vencer, e, se possível, convencer. Para dar maior tempero ao duelo, essa tarefa caiu no colo de Ceni no momento em que a manutenção do treinador do cargo é mais questionada, visto que, mesmo com o Bahia fazendo sua melhor campanha na história no Nordestão, a derrota para o Vitória no Baianão foi extremamente incômoda.
Não só isso. Decisões do técnico na montagem da equipe titular têm sido questionadas tanto por apoiadores quanto pela imprensa. Nomes como o do atacante Óscar Estupiñán e do jovem zagueiro Gabriel Xavier são clamados por maior minutagem.
No Bahia desde agosto do ano passado, quando chegou com a missão de, sobretudo, redução de danos, a realidade agora é outra: fazer o time ser protagonista no futebol nacional. Como é regra no Brasil, todo treinador que tem um grande elenco em mãos costuma ser cobrado proporcionalmente à qualidade das peças que tem em mãos.
Contra o ‘Dinizismo’, hoje, será mais uma noite de teste de qualidade. Se o resultado positivo vier, a torcida terá a resposta que deseja; se não, é possível que o técnico ouça respostas nada agradáveis das arquibancadas da Arena.
O atacante Luciano Juba, ontem, concedeu entrevista no CT Evaristo de Macedo e falou sobre qual o caminho o Esquadrão deve seguir para pontuar hoje contra o Tricolor das Laranjeiras. A resposta ideal, segundo o atleta, pode ser resumida na palavra ‘foco’.
“Temos que seguir trabalhando, nada vai mudar sem trabalhar. Desempenhar bem dentro de campo para conseguir uma sequência de triunfos”, afirmou.
Com o Bahia ainda deficiente na lateral-esquerda, o jogador já atuou nessa posição algumas vezes sob comando de Ceni, inclusive no primeiro Ba-Vi do ano, onde o time foi superado por 3 a 2, pelo Campeonato Baiano. Juba disse também que poderia ser improvisado nesse setor novamente, caso seja necessário.
“Quando comecei a jogar profissionalmente, comecei como lateral-esquerdo. E depois passei a atuar do meio para frente. Me sinto confortável de jogar de lateral e estou sempre à disposição do ‘professor’ para atuar”, acrescentou Juba..
Treinamento
Desde a a derrota contra o Colorado, no último sábado, o Tricolor de Aço treinou apenas uma vez antes do duelo de hoje. Na tarde de ontem, o Bahia, sem desfalques, realizou trabalhos no CT focado no confronto contra o Fluzão.
Para dar início aos preparativos, antes das atividades com bola, os jogadores precisaram assistir a vídeos que mostravam acertos e erros que ocorreram na partida de estreia do Brasileirão.
Já nos trabalhos práticos, Rogério Ceni dividiu seu elenco em dois grandes grupos. Com o técnico ficaram jogadores que treinaram exercícios táticos. Os outros atletas focaram em trabalhos específicos de finalização a gol.
Não participaram das atividades o lateral-esquerdo Ryan, machucado desde o fim de fevereiro no tornozelo direito (o jogador já passou por cirurgia) e o volante Acevedo, que pertence ao New York City, da MLS, e que foi operado em janeiro. Ambos ficaram restritos a fazer trabalhos na academia do clube.
Foto: Letícia Martins/EC Bahia