No município baiano de Macajuba, mais uma importante iniciativa vem transformando a realidade da agricultura familiar local. Neste mês de março, foi oficialmente entregue pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), uma Unidade de Beneficiamento de Mel, gerenciada pela Associação dos Criadores de Abelha.
O destaque desse empreendimento vai além da sua inauguração: a unidade recebeu também o selo de Certificação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), o que garante a qualidade e segurança sanitária dos produtos.
Com uma capacidade produtiva de mil quilos de mel por dia, a unidade beneficia diretamente 60 famílias, gerando renda e melhorando a qualidade de vida na região. O mel produzido é comercializado a R$ 24 por quilograma na própria localidade, fortalecendo esse sistema produtivo e valorizando a agricultura familiar.
Além da melhoria nas condições de produção, a implantação do SIM é um marco para a região. Por meio de um convênio entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da CAR, e o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Circuito do Diamante da Chapada Diamantina (Chapada Forte), o SIM garante a inspeção e a fiscalização da produção industrial e sanitária dos produtos de origem animal.
Para o diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, essa entrega representa mais um avanço para a sociedade baiana. “Entregamos mais uma unidade de mel. Hoje, temos mel da agricultura familiar sendo processado em Macajuba, graças a essa grande intervenção que abrange a Associação, a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado”.
A agroindústria já está em pleno funcionamento e no segundo semestre de 2023 foram colhidos 3.100 quilos. Para este ano de 2024, a previsão de colheita é de seis mil quilos e um aumento da receita, já que com o SIM, o mel poderá ser comercializado nos 29 municípios que integram o consócio Chapada Forte.
Os benefícios da unidade também são percebidos pelos produtores locais, como Ivonete Pedreira, apicultora. “Melhorou bastante. Era tudo precário. A gente colhia à noite. Tinha que pegar as melgueiras do mato e trazer para a nossa casa. Depois de todo o processamento, uma hora, duas horas da manhã, tinha que devolver de volta. Tinha que subir ladeira, às vezes precisava de corda para puxar o carrinho de mão. Mas, agora, com a casa do mel, não tem mais essa preocupação. Com a unidade, tudo vem melhorando. E com o SIM, a gente não vai mais ter medo de colocar o nosso produto na prateleira”.
A parceria entre instituições públicas e as organizações sociais tem sido fundamental para promover uma agricultura familiar mais forte e competitiva em todo o estado.
Fotos: Karoline Meira/ASCOM CAR