A memória de um movimento social e político que marcou o Nordeste brasileiro, no final do século 19 e início do século 20, será preservada no Museu História do Cangaço. O equipamento vai funcionar em uma casa de taipa, anexa ao restaurante O Caipira, no distrito de Tiquaraçu, em Feira de Santana, na zona turística Caminhos do Sertão. O lançamento do projeto teve o apoio da Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA), com palestras, exibição de vídeos e apresentações de cordel e de música nordestina. A previsão é que o museu comece a funcionar ainda neste semestre.
A iniciativa é da empresária Tatiane Santiago, uma apaixonada pela cultura do cangaço, que idealizou construir um espaço onde os clientes do restaurante, turistas e estudantes possam compartilhar histórias sobre o grupo liderado pelo cangaceiro Lampião. “Além de objetos originais que pertenceram a integrantes do movimento, vamos expor peças nordestinas bem antigas, fotos e réplicas, como a de uma máquina datilográfica de 1903, que os cangaceiros utilizavam na mata”, relatou.
Entre as relíquias que farão parte do acervo estão o parabelo (pistola) e o caneco usados pelo lendário cangaceiro Corisco. “Quanto mais se falar da história do cangaço, desde que seja a história real, não a deturpada, é bom para esclarecer porque Lampião criou o movimento”, disse Indaiá dos Santos, 65 anos, neta de Corisco, que palestrou no evento.
“O museu será a mais nova atração turística dos Caminhos do Sertão, para preservar a memória histórica e valorizar a cultura do cangaço. Vai servir, também, como fonte de pesquisa para os estudantes da região, que precisam conhecer a verdadeira importância desse movimento”, pontuou o assessor especial da Setur-BA, Valdernor Cardoso, presente no lançamento.