Enquanto os trios elétricos arrastam a multidão nos circuitos oficiais do Carnaval de Salvador, o bloco da saúde está em ação nos módulos hospitalares para acolher a população durante a folia na capital baiana. No primeiro dia de festa, na quinta-feira (8), os equipamentos assistenciais registraram uma queda de 21% nos atendimentos a pessoas que sofreram agressões físicas em relação ao mesmo dia do ano passado.
“Nós tivemos um primeiro dia tranquilo, registrando uma queda de 21% nos casos de agressões físicas na comparação com o mesmo período do ano passado. Chama a atenção esse quantitativo, mostrando que neste ano temos um Carnaval mais tranquilo, com as pessoas entendendo que é uma festa para se divertir”, explica Ivan Paiva, coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Os casos de tontura e de intoxicação alcoólica também apresentaram queda no primeiro dia. Por outro lado, o coordenador do Samu alerta que o número de atendimentos a pessoas intoxicadas por outras drogas, que não o álcool, teve crescimento em relação a 2023. O posto localizado na Barra foi o que recebeu o maior número de pacientes na quinta-feira.
“Temos percebido pessoas que chegam aqui intoxicadas com outras drogas e que são situações graves. Às vezes, por questões pessoais, elas não querem relatar o tipo de droga, mas esse relato é importante para que aquela droga que está causando o efeito indesejado seja antagonizada. O importante é preservar a vida. Aqui no posto não temos ação investigativa, o objetivo é apenas garantir a vida de todos que estão aqui no Carnaval”, completou Ivan Paiva.
Estrutura – Ao todo, a Prefeitura de Salvador instalou 15 módulos de saúde nos circuitos oficiais do Carnaval e nos bairros. Os equipamentos funcionam 24 horas. A partir de sábado (10), a operação será iniciada também em Periperi e Cajazeiras. Um dos módulos foi instalado na arquibancada do Campo Grande, facilitando o acesso de pessoas com mobilidade reduzida.
Ivan Paiva conta que este ano uma inovação nos postos é a utilização de equipamentos de ultrassom para agilizar a busca pelo diagnóstico. “Temos toda uma equipe que é dimensionada pelo número de atendimentos, temos estatísticas de anos anteriores que usamos para que o atendimento seja feito de forma ágil. Temos uma alta resolutividade. De 100 pacientes que chegam ao módulo, 95 nós conseguimos resolver”, conta.
“São pequenos cortes, suturas, esse ano também inovamos com aparelhos de ultrassom, não com o intuito de fazer exame de ultrassonografia, o ultrassom serve como ferramenta para auxiliar o diagnóstico, se a pessoa tem líquido livre no abdômen ou outra situação que possa definir o tratamento da forma mais adequada”, completa Ivan.
Os módulos de saúde contam com equipes formadas por técnicos, enfermeiros, médicos e administrativos. As unidades também atuam no tratamento mental e dispõem de profissionais especializados em cirurgia bucomaxilofacial para tratar casos de trauma na face. Os módulos de saúde contam também com o apoio de 20 ambulâncias do Samu que dão suporte nos casos que não precisam de atendimentos mais complexos.
“São 160 médicos, tem postos que chegam a ter seis médicos de plantão simultaneamente para que a gente possa dar vazão, ninguém fique esperando. Todos os módulos funcionam 24 horas e atendem também as pessoas que estão nas praias, nos restaurantes, os catadores de latinhas, ambulantes, pessoas que se mudam para o circuito durante o Carnaval. Essas pessoas às vezes apresentam problemas de pressão arterial, problemas intestinais, e estamos aqui disponíveis com toda a equipe para prestar atendimento”, destaca Ivan Paiva.
Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS