O governador Jerônimo Rodrigues se reuniu, nesta terça-feira (31), com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, em Brasília, para tratar, entre outros assuntos, da Câmara Temática (CT) de Meio Ambiente do Consórcio Nordeste, da participação do Consórcio na COP 28 e da criação do Fundo de Reconstrução da Caatinga. Coordenador da CT, o secretário do Meio Ambiente do Estado, Eduardo Sodré, acompanhou o governador na agenda.
“Viemos trazer uma provocação que já vem sendo dialogada com o Ministério”, conta o governador, acrescentando: “o Fundo é uma parte de algo maior, que é o lugar da caatinga dentro da política nacional de meio ambiente”.
A proposta de criação de um fundo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltado para a caatinga utiliza os mesmos moldes do Fundo da Amazônia, uma iniciativa pioneira que reúne doações internacionais para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento, apoiando comunidades tradicionais e ONGs que atuam na região, além de fornecer recursos diretamente para estados e municípios para ações de combate ao desmatamento e a incêndios. Como cada bioma tem suas particularidades e desafios específicos, seria necessário adaptar as estratégias e ações do novo fundo à realidade da caatinga.
“É muito importante ver que o Fundo Amazônia está inspirando essas iniciativas, e os planos para os biomas funcionam como base de sustentação para as ações em cada um deles”, afirma Marina, ressaltando o potencial da caatinga para se tornar base de segurança energética.
Na ocasião, a ministra do Meio Ambiente colocou, ainda, em discussão as possíveis formas de captação de recursos para o momento em que o Fundo esteja consolidado. Há previsão de aplicação de recursos do Fundo, também, na criação de sistemas de monitoramento e proteção de ecossistemas da caatinga.
Foram apresentados a Marina e à equipe técnica do Ministério os principais objetivos e políticas projetadas, bem como a estrutura proposta para o Fundo. “Um dos desafios nossos é, de fato, entender que falar em caatinga é falar de transição energética. Incluir essa pauta da caatinga dentro das políticas do Ministério e pensar de que forma a gente vai conseguir manter o protagonismo do país na transição energética, em paralelo com o desenvolvimento desse fundo”, sinaliza Eduardo Sodré.
O governador Jerônimo Rodrigues aproveitou para reiterar a importância de se alimentar, constantemente, o debate em torno da caatinga, pleiteando a presença significativa do Nordeste na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), para fazer, também, a discussão no cenário internacional. Afinal, atualmente, 27,8 milhões de nordestinos vivem na caatinga, sendo 1,8 milhões agricultores familiares.
“É uma oportunidade para pensarmos as potencialidades da caatinga, incentivar o campo da pesquisa e trabalhar para levar investimentos estruturados para esse bioma”, avalia a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Ana Luíza Gonçalves Ferreira da Silva.