Educadores de 19 municípios baianos que atuam no Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) iniciaram, nesta terça-feira (3), o 2º Encontro de Formação Continuada do Projovem Urbano e Projovem do Campo Saberes da Terra, no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, e que segue até quarta-feira (4). Os programas fazem parte da política nacional do Ministério da Educação (MEC) e do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação do Estado (SEC), voltada para a elevação da escolaridade e para o processo de qualificação profissional da juventude das áreas urbanas e rurais, de uma forma inclusiva, cidadã e com respeito à diversidade.
A formação envolve 179 professores, a exemplo de Jaciara Souza Dias, do Projovem Urbano, que atua na região do Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Para ela, o encontro é uma oportunidade de troca de experiências, de conhecimento e saberes para enriquecer a educação voltada para o jovem ser protagonista da sua própria história. “Esse jovem, que chega com várias peculiaridades externas, tem o principal, que é a vontade que move ele e que também nos move e nos motiva a continuar”, declarou.
Gisele Carneiro, do município de Cícero Dantas, integra a equipe do Projovem Campo Saberes da Terra, que atende e oportuniza aos jovens de 19 a 29 anos a completarem o Ensino Fundamental. O trabalho dela é focado na modalidade da Educação Profissional, voltado para a área de Ciências Agrárias. “Procuramos entender a realidade desses jovens e a cultura, produção e vocação da região para trabalhar com eles, oferecendo a possibilidade de uma outra fonte de renda. Com essa formação, a gente aperfeiçoa a forma de lidar com os alunos. Assim, podemos oferecer um ensino cada vez mais de qualidade”.
Neste ano, o encontro reforça ainda mais o caráter inclusivo dos programas, um diferencial que é o trabalho que já vem sendo realizado pela SEC com os estudantes internos do Sistema Carcerário, assim como do Movimento dos Sem Terra (MST) e duas turmas, implantadas no Colégio Estadual Severino Vieira, no bairro de Nazaré, voltadas aos jovens em situação de rua. Presente ao evento, a representante do Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB), Miralva Alves Nascimento, estava emocionada. “É possível sim ter uma educação dentro de uma comunidade, de uma ocupação de sem teto. Não só a leitura é necessária para você reconhecer símbolos, mas uma leitura da vida, de você se reconhecer enquanto pessoa e cidadão. O conhecimento abre portas”, ressaltou.
O diretor pedagógico da Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica (Suprot) da SEC, Roberval Bonfim, falou sobre os desdobramentos esperados. “Nossa proposta nestes dois dias é fortalecer, ainda mais, o aprendizado voltado à conclusão do Ensino Fundamental, promovendo uma reflexão, por parte dos professores, sobre uma série de fatores que contribuam para que esses jovens iniciem e concluam a sua formação, seja pela metodologia de ensino, utilizada em sala de aula, assim como o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação desses estudantes”, explicou