Atualmente, as mulheres ocupam um quarto da força de trabalho na indústria no Brasil. Segundo dados do Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), entre 2008 e 2021, mais mulheres chegaram a cargos de gestão no setor, passando de 24% para 31,8%.
Apesar de o índice ser inferior a outros setores da economia – onde mulheres respondem por quase metade (46,7%) das funções de liderança –, na indústria, o crescimento foi três vezes maior nesse período: avançou 32,5% contra 9,8% nos demais setores.
Além disso, pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 1 mil executivos industriais, sendo 40% mulheres, mostrou também que 57% dos entrevistados dão importância alta ou muito alta às políticas de gênero.
Nesse contexto, a AES Brasil, empresa que trabalha há mais de 20 anos com a geração de energia renovável, desponta como a primeira a ter um complexo eólico operado exclusivamente por força de trabalho feminina, em Tucano, na Bahia.
Ao longo de 2021, a empresa formou um grupo de mulheres no curso de Capacitação em Especialização Técnica em Manutenção e Operação de Parques Eólicos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) da Bahia. A iniciativa capacitou 28 profissionais residentes próximo ao Complexo e uma parte irá atuar na planta de Tucano.
Números
O Complexo Eólico Tucano tem capacidade instalada de 322,4 MW, com o potencial de agregar outros 260,4 MW de pipeline. Ele está localizado nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, na Bahia. Mais de 95% da construção já está concluída, com 24 dos 52 aerogeradores em operação. A expectativa é que o Complexo esteja totalmente operacional no primeiro semestre de 2023.
Tucano foi a primeira iniciativa da AES Brasil em empregar somente mulheres, mas não a única: já está em construção na região de Lajes, no Rio Grande do Norte, o Complexo Eólico Cajuína que também será operado 100% por mulheres.
“Aproveitamos o crescimento da empresa para trazer de forma acelerada mais mulheres para os nossos quadros. Não tenho a menor dúvida de que essa capacitação contribuirá para que a operação do nosso Complexo Eólico Cajuína seja 100% feminina”, reforça Clarissa Sadock, CEO da AES Brasil. O empreendimento começará a entrar em operação, de forma faseada, em 2023.
A empresa, em parceria com o Senai, iniciou, em fevereiro, o curso de capacitação similar ao realizado em Tucano. Inicialmente, foram oferecidas 60 vagas, mas, devido à alta procura e à qualidade das inscritas, o número de vagas foi ampliado para 76. Essas mulheres representam 18 municípios do Rio Grande do Norte e possuem formações em Eletrotécnica, Mecânica, Segurança do Trabalho, entre outras.
“Esperamos que essa especialização seja a primeira de muitas outras, e a expectativa é que ela não só gere mais oportunidades de trabalho, mas também melhor remuneração e melhor qualidade de emprego”, disse Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).
Energia renovável
A AES Brasil conta com um portfólio de ativos 100% renováveis, com uma capacidade instalada contratada total de 5,2 GW¹, sendo 2,7 GW hídrico, 2,2 GW eólico e 0,3 GW solar.
Nos últimos cinco anos, a companhia, que está presente em sete estados brasileiros, saiu de uma geração proveniente de 100% hidrelétricas para geração de eólica e solar também. Ela apoia os clientes não só para que eles possam comprar energia renovável e descarbonizar a sua própria produção, mas soluciona questões de gestão energética.
As iniciativas da empresa ilustram o capítulo sobre transição energética da websérie “Transformação verde – A indústria faz parte da solução”, disponível no Youtube da CNI.
Por: BAdevalor