Olga Carmona brilha no estádio Olímpico de Sidney para confirmar o primeiro título da história das espanholas; Mary Earps ainda defende pênalti pela Inglaterra, mas não foi o suficiente
Antes de a Copa do Mundo se iniciar, a seleção espanhola não figurava nem entre as cinco favoritas ao título. Com problemas envolvendo o técnico Jorge Vilda com direito a protesto das atletas pedindo a demissão do treinador —, a Espanha superou todas as adversidades e conquistou a taça inédita do Mundial. O título veio neste domingo (20), no Estádio Olímpico de Sydney, após a vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra. Olga Carmona marcou o gol decisivo.
Ao longo da competição, as espanholas acumularam seis vitórias e apenas uma derrota — na primeira fase, para o Japão. Além de 18 gols marcados e sete sofridos.
No duelo decisivo, as grandes estrelas das duas seleções iniciaram no banco de reservas. Pelo lado inglês, a técnica Sarina Wiegman optou por um time sem Lauren James, como uma punição à atitude que suspendeu a meia dos mata-matas anteriores. Do outro lado, Jorge Vilda deixou a melhor do mundo, Alexia Putellas, entre as suplentes. A meia do Barcelona, que retorna de lesão, não conseguiu confirmar o protagonismo durante o Mundial.
Tida como favorita no início da Copa, a Inglaterra teve a primeira chance. Aos 4 minutos, após cobrança de lateral pela direita, a bola sobrou para Alessia Russo na grande área. A atacante arriscou com o pé direito, mas parou em Cata Coll. Depois, aos 15, foi a vez de Lauren Hemp carimbar a trave adversária.
A Espanha respondeu no minuto seguinte. Pela esquerda, Paralulello arriscou em gol e a defesa afastou parcialmente. No rebote, Alba Redondo tentou empurrar para o fundo das redes, cara a cara com Mary Earps, mas parou na melhor goleira do mundo.
E foram as espanholas que saíram na frente. Aos 28 minutos, em jogada pela esquerda, Olga Carmona invadiu a grande área e, com o pé direito, chutou cruzado no cantinho esquerdo de Mary Earps: 1 a 0.
Antes de a primeira etapa se encerrar, a Espanha ainda teve a chance de ampliar, aos 46. Em finalização de Paralluelo, a bola encontrou a trave inglesa e saiu pela linha de fundo.
Atrás no placar, a técnica Sarina Wiegmann recorreu ao banco de reservas para a segunda etapa. A craque Lauren James entrou em campo no lugar da também decisiva Alessia Russo. Além dela, a atacante Chloe Kelly — que marcou o gol que garantiu o título da Euro — foi para o jogo, na vaga de Daly.
Mesmo assim, quem seguia tendo as melhores chances era a Espanha. Aos quatro, Caldentey arriscou da meia-lua, mas parou em mais uma grande defesa de Mary Earps. Depois, aos 15, foi a vez de Aitana Bonmatí arriscar da meia-direita e mandar por cima da trave inglesa.
Aos 20 minutos, o lance mais polêmico do jogo. Na área inglesa, a bola bateu na mão de Walsh e a árbitra Tori Penso teve de recorrer ao VAR para assinalar a penalidade. Jenni Hermoso cobrou, mas não venceu a melhor goleira do mundo. Mary Earps caiu para o lado esquerdo e fez firme defesa, para impedir uma vantagem maior da Espanha.
Dez minutos depois, veio a grande chance da Inglaterra na etapa complementar. Lauren James invadiu a grande área, venceu a marcação e finalizou, mas a goleira Cata Coll fez grande defesa com a ponta dos dedos para impedir a igualdade.
Na reta final, a melhor do mundo ainda entrou em campo para tentar brilhar nesta Copa. Alexia Putellas substituiu Caldentey aos 44 do segundo tempo.
A Espanha chegou a ter chances de ampliar e conquistar o título de forma mais tranquila. Aos 46, Ona Battle invadiu a área e ficou cara a cara com Mary Earps. Mas, mais uma vez, brilhou a estrela da melhor goleira do mundo, que impediu o gol.
Mesmo com a grande partida da camisa 1, quando o relógio chegou aos 58 minutos, quem soltou o grito de “campeã” foi a Espanha. Pela primeira vez na história, a taça da Copa do Mundo Feminina ficou com o país espanhol.