A contação de histórias e o incentivo ao hábito de ler estão entre as atividades de fomento à leitura, entre crianças e adolescentes, desenvolvidas ao longo do ano letivo, nas escolas da rede pública de Salvador. Na próxima terça-feira (18), Dia Nacional do Livro Infantil, os alunos vão celebrar mais uma vez a estreita relação com a literatura, iniciada desde cedo em sala de aula, através de projetos da Secretaria Municipal de Educação (Smed)
Os projetos “Portas que Falam” e “Sala de Leitura” fazem a diferença no processo educacional dos 422 alunos, que vão do Grupo IV ao 5º ano, da Escola Municipal Osvaldo Cruz, no Rio Vermelho. A pequena Melissa Cerqueira, de 6 anos, é exemplo disso. Nesta quinta-feira (13), durante a contação de história, aproveitou para revelar o seu conto infantil predileto. “Eu gosto da (personagem) Chapeuzinho Vermelho. Ela levou doces gostosos na cestinha para vovozinha e quando chegou lá o lobo mau, abriu a porta vestido com a roupa e chapéu da vozinha”, conta a pequena, mostrando intimidade com a história.
Ambas iniciativas têm o propósito de estreitar a relação das crianças com os livros. O projeto “Portas que Falam” se utiliza das portas da escola para contar trechos de histórias infantis. A porta branca recebe recortes de livros velhos, papeis coloridos e desenhos da meninada, passando a guardar memória literária ilustrada e estimulando o imaginário da criançada cotidianamente. Já o “Sala de Leitura” reserva um espaço da escola, onde a prática é desenvolvida, estimulando a leitura e oralidade dos estudantes.
A coordenadora da escola, Patrícia Moura, destaca que os projetos institucionais de leitura fazem muita diferença no processo de aprendizagem das crianças, principalmente na primeira infância. “O contato com o livro físico e o hábito de ler são estimulados, diariamente, nas unidades de ensino. A leitura ajuda a compreender os gêneros textuais”, explica, acrescentando que a escola estimula ainda que as crianças levem livros para casa, durante os finais de semana.
Prazer de ler – De acordo com Carla Grimaldi de Araújo, especialista em Língua Portuguesa e formadora de professores da Secretaria de Educação (Smed), o livro deve ser lembrado o ano inteiro e não apenas na data alusiva. “Só o cheirinho do livro já é gostoso. Mas vale lembrar que não apenas devemos estimular aquela leitura de decifrar códigos, apenas isso não é suficiente. É preciso despertar nas nossas crianças e jovens a técnica de analisar o que está sendo lido”, frisa.
Na opinião da educadora, manter o contato com livros e estimular a leitura é um dos grandes desafios dos professores em sala de aula. “É uma tarefa árdua e diária. Temos competido com os livros virtuais. Temos que criar o interesse pelo prazer de ler para estudar, para se informar e até mesmo como atividade lúdica. Quando estimulamos a prática na escola, fica tudo mais fácil quando vão estudar”, avalia a professora.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom