Em todo o ano de 2022, a Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar) realizou 27.101 prevenções reativas, que ocorrem por meio de orientação verbal ou da utilização de apitos, visando retirar banhistas de locais que oferecem risco de afogamento na orla da cidade. Além das prevenções reativas, o órgão também promove diversas ações preventivas que são efetivadas por meio da própria fixação dos postos, das bandeiras, da realização de eventos educativos nas escolas e da divulgação de notícias.
Além disso, o órgão registrou 1.169 ocorrências na orla da cidade, sendo 988 afogamentos sem morte, 14 afogamentos com morte, 116 crianças perdidas e entregues aos responsáveis, 35 situações de atendimento e primeiros-socorros e 16 contenções e resgates de animais marinhos. Os dados foram registrados de janeiro à última segunda-feira (26).
Em relação aos afogamentos registrados esse ano, o número é um pouco maior que os 754 registrados no ano anterior, período ainda marcado pelas restrições das atividades devido à pandemia de Covid-19. Os 983 afogamentos sem morte registrados esse ano, no entanto, estão bem abaixo da quantidade de afogamentos registrada em 2020 (1.773) e em 2019 (1020).
“Hoje o nosso maior trabalho é com a prevenção. Temos mais de 27 mil prevenções registradas esse ano, feitas no corpo a corpo, tirando as pessoas de situações de risco, orientando, muitas vezes utilizando apito, conversando e dialogando. Orientamos as pessoas na praia e também em outros locais, por meio das palestras nas escolas e museus, por exemplo. Com esse trabalho preventivo, esperamos reduzir cada vez mais o número de afogamentos”, conta o chefe de prevenção e treinamento da Salvamar, Jou Alexandre Oliveira.
Réveillon – Com o objetivo de evitar afogamentos no Réveillon, Oliveira dá algumas dicas para o período. A primeira delas diz respeito à ida à praia para agradecer e fazer pedidos para o ano que se aproxima. “É bom se planejar ao ir à praia, verificar se a maré está cheia ou se está em baixa-mar. Ao agradecer ou fazer pedidos, é bom evitar ir até as pedras. É possível ofertar presentes à beira mar mesmo. Nas pedras pode haver ouriço-do-mar (pinaúna) e cacos de vidro, causando acidentes”.
Para aqueles que vão tomar banho de mar e pular as sete ondas, é recomendável ficar no raso, não ir para o fundo, para evitar cair em um buraco, em vala de retorno, e se machucar. Outra dica importante do chefe de prevenção é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente em excesso.
“Algumas pessoas viram a noite, tentando passar o primeiro dia do ano na praia e já chegam fatigadas, consomem bebidas alcoólicas e acabam tendo convulsões, epilepsia, porque não dormiram. Também há pessoas que deixaram de tomar o medicamento prescrito para uso diário, a exemplo de diabéticos e hipertensos. É muito comum atendermos casos como esses, prestando os primeiros socorros. Portanto, é preciso ficar bem atento e respeitar os limites biológicos individuais”, acrescenta.
Quem vai ao local com crianças, deve se manter sempre a um braço, no máximo, de distância dos menores. “As crianças ficam à vontade na praia e a qualquer descuido acabam se perdendo”, diz.
Além disso, ele recomenda não soltar fogos de artifício para não se queimar e não atingir outras pessoas – a Prefeitura já vai disponibilizar queima de fogos em 21 pontos da cidade. “A prevenção é essencial. Se todos tiverem o cuidado de buscar a orientação de um profissional da Prefeitura ou da Polícia Militar ao chegar em determinado local público, todos vão curtir o Réveillon, tendo uma boa virada e voltando são e salvo para a sua família para curtir nos próximos anos”, opina.
Efetivo – A Salvamar vai atuar na orla da cidade com um efetivo de 80 salva-vidas nos dias 31 e 1º. Apenas na Arena Daniela Mercury, na Boca do Rio, durante a Virada Salvador 2023, haverá 16 agentes diariamente, atuando em esquema de plantão em três pontos e com o auxílio de 15 pranchas.
Foto: Bruno Concha/Secom