Em um gesto solidário, cerca de 20 agentes da Guarda Civil Municipal de Salvador (GCMS) foram ao Laboratório Vita Bahia, na Barra, para doar sangue na tarde da última terça-feira (29). Essa é uma ação que já ocorre há cinco anos, em referência ao Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado no dia 25 de novembro.
Uma média de 60 a 70% do sangue coletado no Vita Bahia vai para o Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente os hospitais Municipal de Salvador, Aristides Maltez e Santa Izabel, que dependem muito do estoque para a utilização em cirurgias e no processo de recuperação de pacientes.
O inspetor-geral da GCM, Marcelo Silva, ressaltou a importância da ação. “É essencial que tenhamos a cultura de doar regularmente, para que possamos deixar os níveis do banco de sangue de maneira elevada, principalmente quando se aproximam os festejos. Que todos os cidadãos possam colaborar nesse sentido”.
Há dois meses como aluno do curso de formação da Guarda Municipal, Lucas da Silva Pinto, 31 anos, fez a sua primeira doação. “Foi uma experiência maravilhosa de fazer o bem sem olhar a quem. Ajudar ao próximo é sempre importante. Sempre que eu estiver apto, farei a doação agora. Eu tinha um pouco de receio, mas ao chegar aqui vi que é supertranquilo”, contou.
Também recém-convocada, Joelma Nery é doadora há aproximadamente 15 anos e diz que manter os níveis de sangue dos centros é importante. “Hoje eu estou aqui como aluna do terceiro curso de formação da Guarda Civil Municipal de Salvador e nós demos uma pausa nas instruções para servir o cidadão de uma outra maneira”, afirmou.
“O Hospital Municipal tem um volume grande de cirurgias eletivas e de emergência e, por isso, é importante que a gente tenha sempre esse suporte para atender aos nossos pacientes. Essa é uma parceria que já ocorre há alguns anos e sempre que pedimos apoio à Guarda Municipal, eles mobilizam equipes para fazer a doação, inclusive no período da pandemia de Covid-19”, acrescentou o diretor-geral do HMS, Gustavo Mettig.
A semana do doador precede um período de estoque baixo nos bancos de sangue devido à proximidade das férias, das datas comemorativas de final de ano e dos feriados prolongados. Cada bolsa de sangue doado pode salvar até três vidas de um jeito rápido e seguro. Apenas a doação dura em média cinco minutos, mas antes dela, é realizado um procedimento de cadastro e triagem. Todo o procedimento tem uma duração média de 30 minutos.
Requisitos – Para doar, o voluntário precisa ter boas condições de saúde, sem sintomas virais, pesar mais de 50 quilos e ter entre 16 e 69 anos incompletos. Menores de 18 anos precisam estar acompanhados de um responsável legal. É importante que o doador também esteja descansado, bem alimentado e não tenha ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas. No dia da doação, é imprescindível levar um documento oficial com foto.
Utilização – Diretor do banco de sangue, André Soares explicou que após a coleta, o sangue passa por um processo de separação em três hemocomponentes: plaquetas, hemácias e plasma. Após esse processo, o material é enviado para laboratório para a realização de exames.
“As plaquetas são as mais utilizadas em recuperações oncológicas, por exemplo, no pós-cirurgia. Além disso, a duração das plaquetas é de apenas cinco dias, por isso a importância de se doar sangue regularmente”, contou Soares.
Neste ano, a Vita Bahia teve dificuldade no recebimento das doações voluntárias. De setembro a novembro, está sendo registrada uma média de 1,1 mil coletas, número inferior às 1,6 mil coletas – número mínimo esperado para um estoque saudável – registradas nos meses anteriores.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom