Salvador tem um novo grupo de trabalho focado em estudar e analisar os impactos do efeito estufa na capital baiana. A iniciativa faz parte do lançamento do novo Inventário de Gases de Efeito Estufa de Salvador, promovido pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) nesta segunda-feira (21), durante a abertura da 113ª Edição do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, que acontece até esta quarta (23) no Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande.
O novo inventário vai ser atualizado a partir da elaboração do Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima (PMAMC). “O inventário é um instrumento que tem como objetivo permitir o mapeamento das fontes de emissão de gases de efeito estufa, conhecendo seu perfil, e que são consequências de atividades dos diferentes setores. Busca também contabilizar as suas respectivas emissões ou remoções, e identificar os avanços e necessidades de ações mais efetivas por parte da gestão climática municipal”, explica a titular da Secis, Marcelle Moraes.
A gestora complementa que o PMAMC tem como objetivo geral guiar a cidade em sua gestão climática, a partir de uma base técnica e uma proposta de alicerce legal, capaz de apoiar seus compromissos e criar instrumentos jurídicos que darão suporte às ações de mitigação e adaptação às mudanças do clima. Dentre os setores de análise que compõem o inventário, o de transportes se qualifica como um dos grandes poluentes e emissores dos gases de efeito estufa a nível global e local. Diante desse fato, a Prefeitura de Salvador trabalha em parcerias concretas que, de maneira eficaz, permitam à cidade promover a mitigação na emissão desses gases.
Desafios e metas – As mudanças climáticas são um dos principais e mais complexos desafios da atualidade, trazendo eventos extremos como aumento das temperaturas, aumento do nível do mar, proliferação de vetores, secas prolongadas, grandes tempestades e perda de biodiversidade, tornando-os cada vez mais frequentes. É uma pauta que demanda ações coordenadas em escala local e global com efeitos substantivos e geograficamente heterogêneos, nos âmbitos ambiental, social e econômico.
Nesse sentido, o PMAMC estipula, como algumas de suas metas, neutralizar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2049 – ano em que Salvador completa 500 anos -, encorajar práticas sustentáveis nos setores público e privado, compartilhar tecnologia e informação, e promover a justiça climática e resiliência nas diversas iniciativas, programas e projetos do município. A obtenção de resultados como o aumento da expectativa e qualidade de vida da população, a ampliação de áreas urbanas verdes, a redução das disparidades socioeconômicas e taxa de pobreza, contribuem também para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, inerentes ao plano.
Recentemente, Salvador iniciou a operação assistida do primeiro corredor do BRT, com parte da frota composta por ônibus elétricos, tornando-se uma das cinco cidades brasileiras a contar com o apoio da Iniciativa para a Mobilidade Urbana Transformadora (TUMI E-Bus Mission), no que diz respeito a implementação de ônibus elétricos para o sistema viário. Neste âmbito, o WRI Brasil tem apoiado tecnicamente Salvador para a eletrificação do transporte coletivo por ônibus desde 2021, e a previsão é de que, ao longo dos próximos meses, outros sete passem a circular pela cidade. Outras metas que estão no plano são eletrificar 30% da frota até 2024, descarbonizá-la em 40% até 2032 e alcançar 100% dos veículos operando com energia limpa em 2049.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom