Quem conhece Salvador sabe que a geografia íngreme compõe fortemente o cenário da cidade. Por isso, a Fundação Gregório de Mattos (FGM) traz o tema “Que ladeira é essa? Conceição e Preguiça: história e resistência” para o projeto Patrimônio é… deste mês de outubro. O encontro acontece na terça-feira (11), às 15h, no Mirante Tropical da Ladeira, com transmissão ao vivo pelo canal da FGM no YouTube (www. youtube. com/ c/ fundacaogregoriodemattos).
O objetivo desta edição é discutir a importância das ladeiras da Conceição da Praia e da Preguiça para a história e o desenvolvimento da capital baiana, além de compreender quais lutas e disputas foram e são travadas no cotidiano da comunidade. Para compor a mesa, o projeto recebe a professora de Arquitetura, Glória Figueiredo; o mestre artífice da Ladeira da Conceição da Praia, Edmilson Rodrigues; e o presidente do Centro Cultural Que Ladeira é Essa?, Marcelo Teles.
História – Entre os séculos XVII e XIX, passavam pela Ladeira da Conceição da Praia diversos trabalhadores e muitas pessoas em situação de escravidão, que eram encarregados de transportar as mercadorias que chegavam pelo Porto até à cidade alta. A Ladeira da Preguiça também tinha essa mesma importância, mas a origem de seu nome traz o peso do racismo e do elitismo da época, pois ao realizar sua subida de forma penosa, as pessoas escravizadas ouviam gritos de “sobe preguiça”, proferidos de forma jocosa pelos mais ricos, muitos dos quais moradores adjacentes.
Preservação do patrimônio – O Patrimônio É… faz parte do programa Salvador Memória Viva da FGM, que traz encontros mensais para tratar de temas concernentes aos patrimônios culturais de Salvador. Uma outra finalidade da iniciativa, para além da promoção da educação patrimonial, é a instrumentalização das políticas públicas do município que valorizem a memória histórica da cidade.
Este ano, o Patrimônio É… já abordou os temas “Samba Junino: Dos Terreiros às Ruas”, “Carnaval Negro: Ancestralidade e Pertencimento”, “Feiras e mercados: tradição, sociabilidade e identidade cultural” e “Caminhos do Sagrado”.