A Operação Primus, do Gaeco, investiga o desvio de R$ 1,8 milhão em recursos públicos do município de Baixa Grande do Ribeiro
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) informou, nesta terça-feira (12), que não conseguiu cumprir os três mandados de prisão expedidos para a Operação Primus, deflagrada na segunda-feira (11), nos estados Piauí, Bahia, Maranhão. Os três investigados são considerados foragidos.
O Gaeco não informou quem seriam os alvos, suspeitos de envolvimento no esquema que teria desviado R$ 1,8 milhão em recursos públicos do município de Baixa Grande do Ribeiro (PI). Segundo o Grupo, o sigilo foi mantido porque o caso está em segredo de Justiça, mas entre eles há gestores públicos.
“O processo ele está em segredo de justiça. O que a gente pode adiantar é que foram cumpridos mandados de busca em diversos endereços dos investigados, mas a gente não obteve êxito no cumprimento dos mandados de prisão contra uma pessoa com foro de prerrogativa de função, um gestor público e um empresário”, informou o delegado Yan Brayner.
Ao todo, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão contra políticos, servidores públicos e empresários nos estados Piauí, Bahia, Maranhão. As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado do Piauí.
Segundo Coordenador do Gaeco, o romotor de Justiça Cláudio Soeiro, a investigação apurou que o esquema era realizado há muitos anos, pelo menos desde 2013.
Os investigados são suspeitos dos crimes de desvios de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, cometidos através de contratos firmados entre empresas de fachada e o município de Baixa Grande do Ribeiro (PI).
Entre os alvos estão políticos e seus familiares, servidores públicos, empresas com atuação no município e seus sócios-proprietários. Os mandados foram cumpridos nos municípios de Baixa Grande do Ribeiro (PI), Ribeiro Gonçalves (PI), Uruçuí (PI), Floriano (PI), Landri Sales (PI), Teresina (PI), Timon (MA) e Campo Alegre de Lourdes (BA).
Conforme o Gaeco, existia um conluio entre políticos, empresários e servidores públicos visando o desvio de recursos públicos do município de Baixa Grande do Ribeiro, através de fraudes nas licitações.
Os investigados usavam empresas de fachada, que eram contratadas com sobrepreço pelo gestor municipal. Apesar da não execução da obra, o repasse do recurso público era feito para as contas bancárias dos empresários, políticos e seus familiares.
O desembargador relator Sebastião Ribeiro Martins, da 1ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí, autorizou o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 1.869.867,00.
O montante foi contabilizado como desviado pela organização criminosa. Em Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, foi apreendido aproximadamente o valor de R$ 200 mil.
Além dos valores estipulados até o momento, o Gaeco acredita que pode descobrir mais desvios. A investigação ainda está em andamento, mas em fase de conclusão.
Contudo, o grupo afirmou que o material apreendido durante a operação pode desencadear desdobramentos.
A operação contou com a participação da Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, além do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), a Controladoria-Geral da União no Piauí (CGU-PI).
Por:G1