A equipe de governo do presidente Jair Bolsonaro teve uma semana turbulenta e amargou algumas perdas. Já na terça-feira (28) viu a articulação no Senado falhar e a oposição conseguiu protocolar o pedido de abertura da temida CPI do MEC, e, na quarta-feira (29) viu ruir a alta direção da Caixa Econômica Federal, com ampla repercussão de acusações de assédios sexuais contra servidoras do banco. Isso em meio a crise dos preços dos combustíveis que virou um fantasma para o governo para a população.
A primeira angústia governista foi fazer sem sucesso uma concentração de força no Senado para tentar brecar o pedido de CPI do MEC, que foi protocolada com 31 assinaturas de senadores, quatro a mais das 27 necessárias. Essa CPI deve agitar o segundo semestre em plena campanha eleitoral. O governo espera que, por causa das eleições, e um terço dos senadores tentam a reeleição ou disputam outros cargos, que isso possa esvaziar a CPI. Para reforçar essa hipótese, os governistas querem a abertura de pelo menos mais uma CPI, a das ONGs, para assim, não ter senadores suficientes para as devidas formações. É tipo de trava jogo, mas ainda não tem saber se dará certo.
Outro fator que agita a política nesse momento é a acusação de assédio sexual de uma funcionária da Caixa, contra o ex-presidente Pedro Guimarães. Apesar de Bolsonaro anunciar a demissão imediata, a repercussão continua negativa. Não bastando, outras funcionárias também resolveram denunciar o ex-chefe pelas mesmas razões, aumentando o desgaste.
De crise em crise, o governo vem se isolando e acumulando desgastes. O reflexo vem aparecendo nas pesquisas de intensão de votos. Até os discursos mais apropriados para o governo vem se esgotando depois de tantas fases negativas como um efeito dominó. Agora é esperar para ver o que mais pode acontecer numa mesma semana.