Tricolor segue no G4, mas vê líderes dispararem e distância para o 5º colocado pode diminuir
Se a torcida do Bahia esperava, enfim, uma atuação que lembrasse os bons momentos da equipe jogando dentro de casa, não foi diante do Novorizontino, neste sábado (25), que isso aconteceu. Mais uma vez o Tricolor jogou abaixo e perdeu por 1 a 0 para a equipe paulista. Agora, já são dois jogos seguidos sem vencer como mandante na Série B, além do revés pela Copa do Brasil contra o Athletico.
Sem criar nenhuma chance clara de gol nos 90 minutos, mais acréscimos, o Bahia ficou com 25 pontos, se mantém na terceira colocação, e perdeu a oportunidade de seguir na cola do líder Cruzeiro e do vice-líder Vasco, agora também isolado cinco pontos à frente.
Não dá para dizer que do lado adversário houve inspiração. O Novorizontino pouco produziu e apenas arriscou chutes de fora da área, sem complicar muito para Danilo Fernandes. Mesmo assim, até o gol, que saiu aos 42 do segundo tempo, foi quem chegou com mais perigo na meta ao marcar um gol com o atacante Ronaldo, que estava em impedimento assinalado pelo bandeira. O Bahia também teve o seu anulado por posição irregular: Ignácio empurrou para o gol logo após o tento do Novorizontino, mas nem precisou de VAR para anular.
A bola na rede começou com jogada na lateral direita com Willean Lepo, ex-Bahia, que rolou para trás e Jhony Douglas mandou para área. Diego Torres nem precisou subir para cabecear livre entre a zaga tricolor e mandou no canto, sem chances para Danilo Fernandes.
Com duas mudanças no time titular, Guto Ferreira voltou a armar um 4-3-3, tendo um meio composto do Rezende, Mugni e Daniel, o que dá mais liberdade aos laterais para irem ao ataque. E foi essa a premissa do time no primeiro tempo, que foi a parte que o Bahia foi mais ativo no jogo.
Matheus Bahia ganhou chance pela primeira vez no time titular na Série B, após a insatisfação da torcida com Luiz Henrique no último jogo, e as atuações abaixo de Djalma. Mas enquanto esteve em campo, antes de sentir dores da coxa e pedir para ser substituído, Matheus Bahia criou pouco pelo lado esquerdo Tricolor. Djalma entrou em seu lugar. A outra novidade no onze inicial também atuou por ali.
Vitor Jacaré levou a melhor na disputa de vaga com Rildo e foi titular, e apesar da vontade dentro de campo com os carrinhos e corridas em velocidade na lateral, também não produziu nada de relevante no ataque. O mesmo dá para dizer de Matheus Davó e Rodallega, que não arriscaram para o gol.
A derrota escancara a fase que o Bahia já vinha passando há alguns jogos. Mesmo ganhando, a torcida seguia se queixando da falta de energia do time e intensidade durante os dois tempos de jogos.
Contra Ponte Preta e Criciúma o gol veio no fim mas, das últimas vezes, a bola não tem entrado e agora o técnico Guto Ferreira precisa reavaliar as mudanças necessárias para dar ao Bahia, de novo, uma sequência positiva. Essa foi a primeira vez que o treinador perdeu três jogos seguidos em casa. A retomada pode começar contra o Brusque, fora de casa, na próxima terça-feira (28).
Jogo morno
Nem os 19 mil torcedores presentes na Fonte Nova conseguiram empurrar o Bahia durante o jogo. Na primeira etapa, as chances mais claras saíram dos pés de Douglas Borel, após Daniel fazer uma boa virada de jogo na área e o lateral chutar cruzado, e em jogada individual de Lucas Mugni. O argentino dominou a bola na lateral da grande área, passou pelo marcador e chutou sem muito ângulo. O goleiro Lucas Frigeri defendeu sem muito trabalho.
Isso tudo aconteceu até os 15 do primeiro tempo. Daí em diante o Bahia foi quase inofensivo para o adversário, com chutes sem direção de Vitor Jacaré e o colombiano Rodallega, que parecia isolado no meio da defesa paulista e não conseguiu chegar inteiro para finalizar nenhuma bola.
Se na primeira etapa a superioridade do Bahia ficou restrita a posse de bola e uma maior presença no campo de ataque, na segunda etapa nem isso aconteceu. Frigeri não teve trabalho em defender chutes, nem de fora da área. Guto fez mudanças no meio e ataque, além da troca na lateral. Rodallega saiu e deu lugar a Rildo, que passou a atuar mais aberto e deslocou Davó para centroavante.
Mugni e Daniel saíram para as entradas de Gregory e Emerson Santos. Nesse momento, aos 25 da segunda etapa, o tricolor teve ainda mais dificuldades em trabalhar as bolas pelo meio. Douglas Borel também foi sacado para entrada de André, mas esse por conta de uma pancada que sofreu na cabeça no primeiro tempo. O jogador se sentiu tonto e ficou no vestiário no intervalo para ser atendido pela equipe médica do Bahia.
FICHA TÉCNICA
Bahia 0x1 Grêmio Novorizontino – 14ª rodada da Série B 2022
Bahia: Danilo Fernandes, Douglas Borel (André), Ignácio, Luiz Otávio e Matheus Bahia (Djalma); Rezende, Mugni (Gregory) e Daniel (Emerson Santos); Matheus Davó, Jacaré e Rodallega (Rildo). Técnico: Guto Ferreira.
Novorizontino: Lucas Frigeri; Romário (Reverson), Paulinho, Joílson e Walber (Cléo Silva); Jhony Douglas, Danielzinho, Diego Torres, Douglas Baggio e Ronald; Ronaldo. Técnico: Rafael Guanaes.
Estádio: Fonte Nova
Gols: Diego Torres, aos 42 minutos do 2º tempo
Cartão amarelo: Douglas Borel e Rodallega (Bahia); Romário
Público: 19.560 pagantes
Arbitragem: Marcelo de Lima Henrique, auxiliado por Nailton Júnior de Sousa e Renan Aguiar Costa (trio do Ceará)
VAR: Gilberto Rodrigues Castro Júnior (PE)
Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia