Animação, dança e brincadeiras não faltaram nas festas juninas promovidas nas escolas da rede municipal de ensino em Salvador, depois de dois anos de distanciamento social provocado pela pandemia de Covid-19. No Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Virgem De La Almudena, no Candeal, 121 crianças de 2 a 6 anos participaram de apresentações musicais e circuitos de jogos com brincadeiras típicas, a exemplo de pescaria e acerte o rabo do burro, nesta quarta-feira (15).
A gestora da instituição, Iza de Jesus, explicou que a proposta do evento é resgatar a riqueza das festas juninas populares no universo da escola. “A cultura junina traz uma grande herança de diversos povos. A educação infantil trabalha com campos de experiências. Então, a gente proporciona que a criança experiencie todo tipo de aprendizado, seja ele social, cultural, linguístico ou artístico. Quando fazemos uma atividade dessa, estamos reunindo vários pontos de conhecimento, trabalhando a culinária, costumes, brincadeiras, danças, tudo que diz respeito ao universo cultural relacionados às comemorações das festas do mês de junho”, declarou.
Animado, o pequeno Pietro da Silva, de 6 anos, disse que a ansiedade para se apresentar foi tão grande que não dormiu à noite. “Fiquei toda hora ensaiando, não podia esquecer a dança. Estou muito feliz por comemorar esse ano com meus coleguinhas, dançando e brincando”.
Vestida de caipira, a estudante Lavínia dos Santos, de 5 anos, afirmou que a festa junina, para ela, é o melhor período do ano. “Tem comida gostosa, brincadeira e dança. A gente pode se vestir bem bonita e tirar fotos. Eu adoro o São João. É sempre muito divertido e animado”, disse, sorridente.
Nazaré – Já na Escola Municipal Soror Joana Angélica, em Nazaré, o projeto Estou Lendo trouxe o resultado final das atividades de literatura de cordel e xilogravura, que envolveram alunos do 1º ao 5º ano da instituição. Durante o semestre, os estudantes usaram livros disponibilizados pela escola com a temática abordada, a exemplo da publicação “O Som dos Animais”, de Luciana Estrela, para as turmas do 1º ao 3º ano, e o “Circo das Formas”, do autor Marco Haurélio, para turmas do 4º e 5º ano. Para a apresentação final, cada turma produziu um estandarte com o tema, que foi exposto na entrada da escola.
O diretor da instituição, Alexsandro Palma, lembrou que a atividade é parte de um projeto já existente na escola, em que as crianças estudam o livro e depois socializam as experiências de leitura. “Para o São João deste ano, escolhemos a literatura de cordel pela importância, característica e valorização, por ser uma manifestação nordestina. Eles produziram a parte de leitura e a ornamentação foi ligada à parte pedagógica, com base no que foi estudado”.
Professora do 5º ano, Gleice Pinto afirmou que resolveu ampliar o assunto com os alunos em sala. “Cada um fez o seu cordel, eu propus ampliarmos o tema Nordeste e trabalhamos juntos. A gente trabalhou com outros cordéis também, para que eles se apropriassem da linguagem, com mais palavras de origem nordestina e outras que rimassem. Articulei cada contribuição e a gente organizou o cordel coletivo”.
Aos 11 anos, a jovem Júlia Silva dos Santos está no 5º ano e, para ela, foi muito legal aprender através do cordel e da xilogravura. “Nossa apresentação foi linda e foi muito interessante trabalhar esse assunto”.
Foto: Lucas Moura/Secom