A segunda edição do curso de atendimento pré-hospitalar para cães, idealizado e ministrado pela Polícia Militar da Bahia (PMBA), até este sábado (11), no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, tem como objetivo formar em primeiros socorros o efetivo que já trabalha com cães policiais. As atividades desses animais na atuação junto à Polícia passam pela identificação de explosivos ou drogas, a busca por pessoas desaparecidas, suspeitas ou debaixo de escombros, além da abordagem terapêutica para crianças especiais (cinoterapia).
Nessas tarefas, que muitas vezes são impossíveis para os humanos, os cães também colocam em risco a própria vida. A capitã Samanta Lacerda, comandante da Companhia de Operações com Cães (COC) da PMBA, explica a importância da capacitação. “Muitas vezes, em operação ou treinamento, a gente está distante do médico veterinário e não tem o suporte ideal de clínica e materiais. Então essa é uma preocupação com o nosso companheiro de quatro patas”.
Assim como é o atendimento aos seres humanos, é preciso ter técnica para prestar os primeiros socorros ao animal ferido. Uma condução errada pode custar a vida ou os movimentos do cão. Por isso, o curso é ministrado por nomes renomados da área, incluindo médicos veterinários pertencentes à COC. “Essas técnicas foram desenvolvidas juntamente com médicos veterinários civis, pertencentes a universidades, clínicas e hospitais de Salvador”, destacou a comandante.
O curso, pioneiro no Brasil, reúne 24 alunos da Polícia Militar da Bahia, do Ceará, do Distrito Federal, da Paraíba e do Paraná, além da Polícia Rodoviária, do Corpo de Bombeiros e fuzileiros navais. Policial rodoviário federal, Pedro Galvão é um dos alunos do curso. “Eu trabalho no grupo de operação com cães, e essa iniciativa é de extrema importância para a gente que atua nessa área, para atender as eventuais ocorrências. Recebi o convite da PM da Bahia e vim para poder somar e agregar conhecimento na minha instituição”.
A soldado Vera Lúcia da Silva é veterinária e uma das instrutoras do curso. “Existe uma relação de amor incondicional e de muita fidelidade do cão com o homem. Por isso, esperamos retribuir todo esse amor incondicional e a disponibilidade que o cão nos dá, que é o da própria vida. O mínimo que a gente pode fazer é retribuir”, pontuou.
Cuidado com os cães
Os animais da Companhia de Operações com Cães também passam por treinamentos diários e obtêm dietas balanceadas para atuar nas abordagens policiais. A matilha da PMBA é composta por animais das raças labrador, rotweiller, golden retriever, pastor alemão e pastor-belga-malinois. Em média, os animais atuam no Batalhão de Choque por cerca de oito anos e, após esse período, são aposentados e colocados para adoção.
Texto de Elisabeth Guerra, sob supervisão do repórter Raul Rodrigues