Em plena campanha política, a pandemia desapareceu das manchetes como num passe de mágica. Abertura total em relação às restrições e números oficiais cada vez mais animadores. Porém, há quem conteste tamanho otimismo.
Por exemplo, um estudo publicado pela respeitável USP no último dia 16 adverte que por mais que o momento seja de relaxamento das medidas de prevenção à covid-19 em todo o mundo, especialistas preveem que novas variantes do coronavírus podem estar por vir nos próximos meses, driblando a capacidade do sistema imune de contê-las.
A conclusão e de um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em parceria com o Instituto de Química (IQ) da USP e o Hospital Sírio Libanês.
O estudo traz uma revisão de mais de 150 artigos sobre o sars-cov-2. Foram analisados diversos aspectos do vírus, como seu potencial de mutação, a capacidade de controle do sistema imune, a transmissibilidade e a eficácia das vacinas.
A principal conclusão a que chegamos é que não devemos deixar o vírus circular, porque não sabemos como serão as variantes nos próximos meses.
É um erro acreditar que a pandemia está sob controle e que não se trata mais de uma emergência sanitária, como anunciou o Ministério da Saúde no último dia (18/04).
Estamos em uma situação confortável para os próximos meses – quando a imunidade criada pelas doses de reforço das vacinas e pelo alto índice de contaminação da Ômicron permanecerá alta. Mas depois a tendência é que as pessoas comecem a se infectar novamente e aí ficaremos sujeitos ao surgimento de variantes ainda mais contagiosas e fortes do que as que conhecemos, o que diminui a eficácia das vacinas.
E como não temos como prever como será a evolução da pandemia e como as novas variantes vão se comportar, todo o cuidado ainda precisa ser feito pela sociedade de forma a evitar a circulação do vírus