A Bahia tem 11 milhões de eleitores, e isso pesa muito na balança da disputa ao Palácio do Planalto. Foi por isso que o presidente Jair Bolsonaro, de olho no Estado controlado pelo PT desde 2003, chamou o deputado João Roma para ministro da Cidadania. Carlista por formação, Roma – rompido com ACM Neto – tem usado a agenda de telefones para levar ao Planalto gente do centro e da oposição da Bahia. Passaram pelo Palácio deputados baianos do PDT (Alex Santana) ao DEM (Arthur Maia, semana passada) para um frente a frente com o presidente do País.
Civilizados
O governador Rui Costa (PT) descreveu a assessores que o vice-governador João Leão e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Leal, chegaram tristes para lhe entregar a carta com que pediram demissão de suas respectivas secretarias, ontem, e anunciar o rompimento político com ele e o PT. Rui também relatou ter ficado bastante abalado com a situação, lembrando que conviveu durante 14 anos com o PP e seus líderes no governo sem ter enfrentado nenhum tipo de problema de relacionamento com todos eles. Como fez questão de avisar na coletiva que daria à tarde para falar de todo o processo que culminou no afastamento, Leão disse que o rompimento foi ‘civilizado’ e que não descarta votar em Lula à Presidência da República.
Elegância
O governador também deu uma declaração pública depois que recebeu os cargos de volta do PP mantendo a elegância no trato com os progressistas. “A nossa maior aliança foi construída em bases sólidas com o povo da Bahia”. Foi seu comentário ao confirmar a saída do vice-governador João Leão (PP) da base governista e o seu pedido de exoneração do cargo de secretário de Planejamento.
Culpa
Na nota que o partido emitiu, com a assinatura de suas principais lideranças, comunicando oficialmente o rompimento com o governo, os progressistas fizeram questão de colocar toda a culpa pelo desfecho de uma relação de 14 anos no senador Jaques Wagner, atribuindo a ele a quebra do acordo pelo qual Leão assumiria o governo por nove meses com a renúncia de Rui para disputar o Senado. A atitude de Wagner de fazer o anúncio pela rádio foi considerada “indelicada” na nota.
Atuação
Sentado ontem ao lado do vice-governador João Leão na coletiva em que o vice-governador anunciou o rompimento oficial do PP com o governo Rui Costa (PT), o deputado federal Cláudio Cajado teria atuado ativamente para que o afastamento ocorresse desde quando o senador Jaques Wagner (PT) quebrou, segundo os progressistas, o acordo pelo qual o partido assumiria o governo do Estado por nove meses.
Solidário
O que mais chamou a atenção ontem na reunião em que o PP comunicou oficialmente à imprensa a decisão foi a presença do prefeito de Jequié, Zé Cocá, considerado aliado de primeira hora do governador Rui Costa (PT), que o apoiou para prefeito em 2020. Cocá subscreveu a nota pública em que o PP criticou Wagner e esteve, desde o princípio, ao lado de Leão.
Vice não
Ao se referir sempre a Lídice da Mata como alguém que pode perder o mandato para justificar o interesse em indicá-la à vice do candidato petista ao governo Jerônimo Rodrigues, as lideranças petistas acabam fragilizando a deputada, protestavam ontem líderes de seu partido, o PSB, dizendo que isso pode ainda afastá-la ainda mais da ideia da chapa.
Troco
Muitos líderes do PSB acham que o governo tem adotado a estratégia de ‘queimar’ Lídice para tentar convencê-la de aceitar a vice de Jerônimo por causa das críticas contundentes do líder socialista Domingos Leonelli ao processo de formação da chapa governista. Para Leonelli, a escolha de Jerônimo lembra a de Rui por Wagner, com a ressalva de que a história pode não se repetir.
Inabilitado
Um dos principais aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli não participará de um eventual governo do petista, ao menos no que depender o Tribunal de Contas da União (TCU). No dia 9, a Corte o inabilitou para o exercício de cargos em comissão e funções de confiança federais por oito anos.
Leite em banho-maria
Nem tudo está azeitado para a filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao PSD de Gilberto Kassab. O tucano é metódico e, antes de embarcar na pré-candidatura presidencial, quer um “raio x” do apoio interno e das eventuais alianças nos estados. No Sul e Sudeste, o governador gaúcho é unanimidade dentro do PSD. Mas ainda enfrenta resistências de caciques do partido principalmente no Nordeste.
Arestas
Gilberto Kassab, que se reúne hoje com o tucano para retomar as conversas de filiação, promete aparar todas as arestas.
Alternativa
O mote da campanha de Leite – na linha “alternativa à polarização” – já está sendo gestado pelos marqueteiros do PSD.
Passado
Ex-governador e ex-senador, Roberto Requião já disse que “o PT gosta mais de lotear cargos e do poder”. Pois é ao PT que ele se filia na sexta, em Curitiba, com a presença do ex-presidente Lula.
Desorientado
Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) anunciam, nos próximos dias, desfiliação do Podemos, partido de Sergio Moro. Isolados após o escândalo do boquirroto Arthur do Val, ainda não definiram qual rumo vão seguir nas eleições deste ano.
Interlocução
Apostando em baixas nas futuras coalizões, Bolsonaro abusa da interlocução de Roma para ganhar apoiadores no varejo como cabos eleitorais. Num Estado onde reina o ex-presidente Lula da Silva.
Pressão
O PT já sentiu a pressão. Jaques Wagner balança em assumir a candidatura ao Palácio de Ondina. E o PT pode abrir caminho para um candidato do PP, do ministro Ciro Nogueira.
Simpática
Para setores do Movimento Negro, caso queira representar realmente a causa, como sua pré-propaganda tem demonstrado, o candidato a governador Jerônimo terá que se vincular mais à irmã, a vereadora Marta Rodrigues (PT), que tem inserção plena no grupo e defende o segmento negro com seu mandato na Câmara Municipal, além de ser figura muito simpática e querida.
Ivoneide na área (Ivoneide Caetano)
Ivoneide Caetano, mulher do secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano, reuniu na cidade de Barreiras, vice-prefeito, ex-prefeitos, vereadores e ex-vereadores, secretários, ex-candidatos, presidentes do partido dos trabalhadores em seus municípios e importantes lideranças políticas da região. A superintendente de assuntos parlamentares da ALBA é candidata a deputada federal pelo PT.