Em reunião neste domingo (13), a cúpula do Progressistas (PP) na Bahia decidiu desembarcar do governo Rui Costa, do PT, e entregar os cargos na gestão petista.
Os dirigentes devem se reuniram com os deputados estaduais do partido na manhã desta segunda-feira (14), e com os deputados federais à tarde, para consultá-los sobre a decisão e traçar um cronograma de entrega dos cargos na Bahia.
Com o desembarque, o novo objetivo do PP é intensificar as conversas com o candidato da oposição ao governo baiano: ACM Neto, do União Brasil. A ideia é lançar o atual vice-governador da Bahia, João Leão, do PP, como candidato ao Senado nessa chapa.
Na semana passada, antes de a decisão do PP ser confirmada, Neto já havia feito o convite a João Leão.
Rompimento com o PT
O rompimento do PP da Bahia com o PT começou a se desenhar quando o senador Jaques Wagner (PT-BA) desistiu de concorrer ao governo.
O cenário foi redesenhado e passou a prever o senador Otto Alencar (PSD-BA) como pré-candidato ao governo, e o atual governador Rui Costa em campanha para o Senado.
Nesse desenho, Rui Costa deixaria o governo até 2 de abril para poder disputar as eleições, o que abriria espaço para o vice João Leão terminar o governo. O PT conseguiria, assim, contemplar seus dois maiores aliados: PSD e PP.
O problema é que Otto Alencar também não aceitou ser candidato a governador. Sem Wagner e sem Alencar, o PT decidiu lançar pré-candidatura própria do secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues (vídeo acima).
Pelo novo plano, Rui Costa não se candidata a nenhum cargo político nas eleições 2022 e, com isso, pode permanecer no governo da Bahia até 31 de dezembro – o que também encerra a possibilidade de João Leão assumir o posto a partir de abril.
Com a decisão do PP, o PT na Bahia vê seu aliado de quase duas décadas no estado no caminho para firmar uma nova aliança – desta vez, com seu principal adversário, ACM Neto.