Iniciado em outubro de 2021, o Plano Verão Sem Mosquito, desenvolvido pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), trouxe resultados históricos na luta contra o Aedes aegypti. Este ano, a capital baiana atingiu o menor índice de infestação do mosquito dos últimos 16 anos.
Conforme o levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), Salvador apresenta uma Infestação Predial (IIP) de 1,5%. O dado positivo é atribuído a uma série de intervenções, mobilização e conscientização junto à população, através de campanhas e ações educativas.
Em quatro meses de execução, através do Plano Verão sem Mosquito, foram realizadas mais de quatro mil atividades. Dentre elas, mutirões, ações em cemitérios, limpeza de bueiros, atividades em hotéis, hortos e floriculturas, armadilhas em escolas, inspeção em imóveis e condomínios, além de vistorias em órgãos públicos, estações de metrô e estádios de futebol.
Durante as atividades, coordenadas pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), foram removidas 11 toneladas de materiais inservíveis, que são potenciais focos geradores para o Aedes aegypti. Em parceria com a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) e Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), com o objetivo de identificar os pontos críticos e eliminar os focos e criadouros dos vetores, 1,5 mil agentes de combate às endemias, foram mobilizados para atuar nos 12 distritos sanitários que compõem Salvador.
Ações especiais – A estratégia de controle das arboviroses é montada para atuação em localidades dos distritos que apresentam registro histórico de casos notificados, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Para eliminar os focos, foram instaladas armadilhas de oviposição ou ovitrampas, a fim de verificar a densidade populacional do Aedes, e direcionar as ações de combate ao mosquito nas áreas que apresentam o maior índice de infestação, intensificando o trabalho de remoção e/ou tratamento dos criadouros.
Durante a campanha, foram intensificadas ações especiais no trajeto das festas populares da cidade, a exemplo da Lavagem do Bonfim, Itapuã e Festa de Iemanjá. Nos períodos em que os eventos seriam realizados, os agentes promoveram ações educativas, com a distribuição de panfletos e colocação de cartazes, além de inspeção em barcos, bocas de lobo ou materiais potenciais de se tornarem criadouros do mosquito.
Foram também realizadas atividades em 344 escolas do município, com inspeções e ações educativas. Durante as atividades, os agentes apresentam práticas importantes para evitar a proliferação do mosquito, tais como manter fechados tonéis e caixas d’água, deixar as calhas sempre limpas, evitar água acumulada em recipientes, eliminar ou armazenar adequadamente depósitos com potencial para acumular água da chuva, lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha.
A subgerente de arboviroses do CCZ, Cristina Guimarães, avalia o Plano Verão Sem Mosquito de forma positiva. “O impacto dessas ações mostrou-se positivo, visto a interação entre o poder público e a sociedade no enfrentamento das arboviroses. Considerando que as pessoas nas comunidades desempenham um papel importante no sucesso e na sustentabilidade do controle de vetores, reforçamos a importância da participação de todos nesse processo através de simples atitudes que ajudam a evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya”, observou.
Foto: Bruno Concha/Secom