Pau no Moro!
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro já mostrou suas credenciais para se tornar a terceira via nas eleições presidenciais no ano que vem. Tem posições definidas: é claramente um anti-petista e um anti-bolsonarista e com isto já recebe cacete dos aliados dos dois candidatos favoritos para seguir em segundo turno, que são Lula e Bolsonaro. Mais adiante também vai levar pau dos demais candidatos que querem se tornar a terceira via. Será uma parada indigesta. Moro vai precisar de reforçar o lombo e aumentar o estoque de emplastos sabiá para tanta pancada.
Fazendo as contas
Na disputa presidencial o eleitorado começa a fazer as contas para o ano que vem. Os petistas e aliados roubaram muito mesmo? Porque o presidente Bolsonaro se aliou aos políticos dos partidos que mais desviaram recursos nas últimas décadas, como o bloco formado pelo famigerado Centrão, que rapinou o Brasil desde os governos Lula, Dilma e Temer? Se Sérgio Moro foi justo nas suas sentenças contra os petistas, pepistas, emedebistas e liberais que acabaram em cana e com seus bens confiscados? Porque nas instâncias superiores tantas decisões foram revistas depois de anos, em favor dos infratores e porque a impunidade aumentou?
A fatia do bolo
Atualmente a maior fatia do bolo do fundão eleitoral é destinado a 23 partidos na Câmara dos Deputados. A partir da eleição de 2022 as agremiações políticas que elegerem mais parlamentares para o Congresso terão a parte do leão. As siglas que não emplacar representantes vão praticamente desaparecer, porque sem dinheiro não terão como pagar as contas e terão graves obstáculos para a sobrevivência dos seus diretórios municipais. Como a maioria dos políticos são tocados a grana vão cair distantes das legendas fora do butim. Atualmente o PSL, PP, PT e MDB contam com a maior parte dos recursos eleitorais.
A prioridade
A prioridade dos partidos políticos nas eleições de 2022 é a formação das nominatas de candidatos à Câmara dos Deputados. Ocorre que as verbas destinadas ao fundão eleitoral serão rateadas de acordo com a representatividade das agremiações no
Congresso Nacional. Daí a preocupação dos diretórios regionais em formar boas listas de candidatos em condições de eleição.
Neste aspecto em Rondônia, o governador Marcos Rocha que está assumindo o União Brasil tem uma das composições mais fortes para o pleito de outubro seguido do MDB de Confúcio Moura.
A Desagregação
Impressiona como o atual presidente Jair Bolsonaro é desagregador politicamente. Dos possíveis presidenciáveis para o pleito de 2022, vários deles eram da sua base na eleição de 2018 e agora estão na oposição. Alguns até fizeram dobradinha com ele, casos de João Dória e Eduardo Leite. Ex-ministros como Sérgio Moro, Mandeta e outras lideranças populares insatisfeitas tomaram outros rumos. Também boa parte dos militares, muitos que estiveram no próprio governo do mandatário já embarcaram em naus oposicionistas. Bolsonaro se socorreu no Centrão, cujos políticos num primeiro sinal adverso com pesquisa negativa caem fora se bandeando para os adversários.
Carta branca
Com receio de perder a importante adesão do presidente Jair Bolsonaro para o PP, União Brasil ou outra legenda em estudos, o PL concedeu carta branca ao presidente Bolsonaro para a escolha dos candidatos a governadores nos estados. Alguns nomes para as disputas dos governos estaduais já estão sendo ventilados, como Onix Lorenzoni no Rio Grande do Sul, Tarcísio de Freitas em São Paulo, Ronaldo Caiado a reeleição em Goiás, Marcos Rocha a reeleição em Rondônia, Antônio Denarium em Roraima, entre tantos outros candidatos já vitaminados politicamente.
Água e óleo
No passado seria impensável a formação de uma chapa presidencial envolvendo o PT e o PSDB devido as rivalidades tribais criadas. Era misturar água com óleo, não daria liga jamais. Com a modernidade, já se fala numa chapa liderada pelo ex-presidente Lula tendo como vice o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Vejo petistas e tucanos meio ressabiados com esta articulação, mas Lula tem faro para as coisas. No passado se uniu até com Paulo Maluf – que os petistas consideravam o maior corrupto do País – e deu certo. Tucanos juntos com petistas, por conseguinte, não espanta mais ninguém.
Reação
Quem causou desconforto no círculo íntimo do ex-ministro Sérgio Moro foi a deputada federal Dayane Pimentel, que foi às redes sociais afirmar que será a coordenadora da campanha do presidenciável na Bahia. Segundo assessores de Moro, não há papel prévio definido para nenhum apoiador em especial na campanha, motivo porque acharam que a parlamentar baiana se antecipou.
E o Carnaval?
Depois das declarações da Organização Mundial de Saúde (OMS) ontem de que o Carnaval é a condição propícia para a disseminação do novo coronavírus e da ocorrência de um surto de novos casos no Hospital Roberto Santos, além da resistência já demonstrada pelo governador Rui Costa (PT) contra a realização da festa, e das afirmações de gestores públicos encarregados de prepará-lo aqui e ali dizendo que não há mais tempo útil para sua organização, a expectativa que cresce a cada dia é de que o evento seja suspenso no ano que vem, ocorrendo apenas em 2023. Pelo menos é o que pensam os principais setores econômicos do Estado, que permanecem à espera, no entanto, de uma definição quanto ao tema.
Vacinação tem atrasado
Por culpa do estúpido negacionismo, que tem como protagonista o Planalto, milhões de brasileiros têm se recusado a tomar a vacina, como também acontece com os novos bárbaros europeus.
Assim, há milhões, inclusive na Bahia (e em Salvador) ainda sem proteção.
Tragam estrangeiros contaminados, joguem na multidão em êxtase, e quero ver com que cara de pau vão “explicar” um provável caos pós-carnaval. Simples assim.
Sonho
Uma visita da ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon ao ex-ministro Sérgio Moro levou a especulações de que ele gostaria de vê-la disputando o governo do Estado para lhe dar um palanque na Bahia. Ledo engano. Moro aposta todas as suas fichas é na candidatura de ACM Neto (DEM) no Estado, com quem, aliás, já vem conversando há muito tempo.Sem convite?
Deputados aliados de ACM Neto (União Brasil) têm dito que ainda não receberam o convite para participação da convenção, que irá oficializar a pré-candidatura do ex-prefeito soteropolitano ao governo da Bahia. Os correligionários têm afirmado ainda que, se não tiver convite, não vão comparecer como “penetra” na festa. O evento está previsto para acontecer no dia 2 de dezembro no Centro de Convenções de Salvador