O ex-juiz federal Sérgio Moro, desembarcou no Brasil nesse início do mês de novembro após período nos Estados Unidos e no próximo dia 10 se filiará ao Podemos em Brasília. Com a adesão partidária, Moro, grande astro da extinta Operação Lava Jato, se credencia para disputar um cargo nas eleições de 2022. As apostas são de que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro irá disputar a presidência da República contra seu ex-chefe e também contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o qual mandou para a prisão em 2018. Além do Planalto, há a hipótese de disputar o Senado por algum estado simpático à sua postulação, como São Paulo por exemplo.
Caso resolva encarar a briga pela principal cadeira do Brasil, Moro não terá caminho fácil. Apesar de contar com piso mediano de intenção de votos (aproximadamente 8% nas mais recentes pesquisas de opinião), o ex-magistrado conta com a antipatia do bolsonarismo (com quem rompeu em 2020) e do petismo, as duas forças que hoje polarizam a cena política nacional e também com o excesso de postulantes da chamada 3ª. via. Atualmente são cerca de dez os pré-candidatos desse arco que inclui da centro-esquerda a direita democrática e nenhum deles com dois dígitos nas pesquisas.
Por estar mais frágil e com maior rejeição, a entrada de Moro na corrida presidencial prejudica mais o presidente Jair Bolsonaro do que Lula, uma vez que este último tem base mais sólida e está bem colocado nos levantamentos e também que, por serem de espectros semelhantes, a tendência é que o ex-juiz tire votos do ex-capitão. Se isso ameaçará a ida do atual mandatário ao 2º turno da eleição é uma questão que o tempo vai dizer.
Caso Moro decida ser candidato ao Senado, seu caminho pode se tornar mais fácil, mas em ambas as situações o ex-juiz da Lava Jato será confrontado com seus pontos fracos como a pauta monotemática de combate à corrupção e as anulações de várias de suas sentenças por parte do Supremo Tribunal Federal por suspeição e falta de imparcialidade.
Escolhendo o caminho que for, Sérgio Moro entra em 2022 como um player com influência. Se não for candidato a nada, será um grande eleitor. Resta saber se a popularidade dele que já foi muito maior do que hoje ainda é capaz de mudar os rumos do jogo.